INTRODUÇÃO: O coma mixedematoso (CM) representa uma manifestação grave do hipotireoidismo, resultando em alteração do estado mental, hipotermia, bradicardia e anasarca. É mais comum em idosos e pode ser desenvolvido a partir de um hipotireoidismo não diagnosticado ou mal tratado, bem como pela utilização de determinados medicamentos, como a Amiodarona. Esse medicamento é um antiarrítmico, frequentemente utilizado no tratamento de arritmias supraventriculares e ventriculares. Seu uso pode levar a consequências significativas à tireoide, principalmente por ter iodo na sua composição química. OBJETIVO: Avaliar a relação entre o uso de Amiodarona e o desenvolvimento de coma mixedematoso, bem como compreender as estratégias de tratamento dessa condição. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura, realizada por meio de busca de artigos no banco de dados National Institutes of Health (PubMed), através dos descritores: “Amiodarone”, “Coma”, “Hypothyroidism” e “Myxedema”. Os critérios de inclusão usados foram artigos gratuitos e completos, em inglês, realizados entre 2019 e 2023 e que se encaixam no eixo temático do estudo. RESULTADOS: Constatou-se que a Amiodarona, composta por um derivado de benzofurano iodado, está diretamente relacionado com o desenvolvimento de disfunção tireoidiana, acometendo cerca de 15-20% dos pacientes que fazem uso dessa medicação de forma crônica. Embora possua essa indução à disfunção tireoidiana, a interrupção do uso de Amiodarona não é obrigatória, desde que se monitore regularmente a função tireoidiana do paciente em questão. A evolução para coma mixedematoso é rara, porém possui alta morbimortalidade, levando a quadros de hiponatremia, hipercolesterolemia, elevação de enzimas hepáticas ou cardíacas e insuficiência respiratória, devendo ser tratado imediatamente após o diagnóstico, através de terapia de reposição hormonal com Levotiroxina, na dose inicial de 300-500?g via intravenosa, seguida por dose diária de 50-100?g. CONCLUSÃO: O coma mixedematoso é uma condição na qual deve ser manejada de maneira imediata, tendo em vista o alto risco de mortalidade dos pacientes com essa condição. Indivíduos em uso crônico de Amiodarona devem ser monitorados frequentemente quanto à função tireoidiana e os profissionais da saúde devem estar atentos aos sinais indicativos de agravamento para coma mixedematoso, bem como aptos a reverter essa condição.
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Natállia Gabriela Silva Gomes
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