INTRODUÇÃO: O câncer de bexiga é uma das neoplasias mais prevalentes e letais em todo o mundo. Estudos epidemiológicos indicam que o tabagismo é o principal fator de risco modificável para o desenvolvimento desta doença. A relação entre o tabagismo e o câncer de bexiga é complexa e multifacetada, envolvendo múltiplos mecanismos biológicos que serão explorados nesta revisão. OBJETIVO: Analisar a relação entre o tabagismo e o câncer de bexiga. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, utilizando os bancos de dados PubMed, Scopus e Web of Science. Para a busca, foram utilizados, associados ao booleano “AND”, os seguintes descritores: "câncer de bexiga", "tabagismo", "fatores de risco", "mecanismos patológicos". Foram incluídos estudos originais, revisões sistemáticas e meta-análises publicados entre 2010 e 2024, em inglês ou português, que abordavam a relação entre câncer de bexiga e tabagismo. Foram excluídos artigos que abordavam o tema, mas não atendiam o objetivo proposto. RESULTADOS: Estudos epidemiológicos consistentemente demonstraram uma associação significativa entre o tabagismo e o risco de câncer de bexiga. Uma metanálise recente, que incluiu mais de 50 estudos observacionais, concluiu que os fumantes têm um risco relativo aumentado de desenvolver câncer de bexiga em comparação com não fumantes. Além disso, evidências experimentais fornecem insights sobre os mecanismos biológicos subjacentes a essa associação. Componentes carcinogênicos presentes na fumaça do cigarro, como o benzeno e as aminas aromáticas, causam danos ao DNA das células uroteliais, promovendo a carcinogênese. Alterações na expressão gênica, inflamação crônica da mucosa da bexiga e disfunção do sistema imunológico também são observadas em fumantes, contribuindo para a progressão tumoral. CONCLUSÃO: Conclui-se, portanto, que o tabagismo está fortemente associado ao aumento do risco de câncer de bexiga, causando danos ao DNA das células da bexiga e promovendo inflamação crônica. Estratégias de prevenção e cessação do tabagismo são fundamentais para reduzir o impacto do câncer de bexiga. Mais pesquisas são necessárias para entender completamente esses mecanismos e desenvolver abordagens mais eficazes de intervenção.
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Natállia Gabriela Silva Gomes
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