INTRODUÇÃO: A Internet tem sido um veículo de informação em saúde utilizado com frequência, entretanto não existem fermentas de controle de qualidade do que é partilhado, de forma que uma população hiperconectada, em sua maioria, não sabe distinguir notícias falsas de verdadeiras, especificamente no ramo das pesquisas científicas, uma vez que o ato de verificar a fonte da informação é geralmente impraticável, causando impactos na perspectiva da saúde. OBJETIVO: Identificar as causas e os principais impactos da disseminação de desinformação pelas redes sociais no âmbito da medicina. METODOLOGIA: O estudo redigido trata-se de uma revisão integrativa de literatura. Foram realizadas pesquisas nas bases de dados do PubMed e Google Acadêmico, a partir dos descritores “Impacto”, “Disseminação” “Desinformação” e “Medicina”. Foram selecionados artigos dos últimos 10 anos, redigidos em português e inglês, que esclarecessem o objetivo proposto. RESULTADOS: A sociedade atual torna-se cada vez mais acometida pelas chamadas Fake News. Em um dos estudos foram analisadas 242 publicações midiáticas que abordavam um assunto de extrema relevância atual, constituindo a principal causa de morte mundial: infarto agudo do miocárdio (precisamente sinais e sintomas), dessas verificou-se que um terço dos vídeos eram irrelevantes e, daqueles que eram relevantes, um terço apresentava informações imprecisas. De forma geral, a disseminação de inverdades foi considerada uma consequência do capitalismo cognitivo e da competição pela visibilidade midiática, tendo como efeitos posteriores o negacionismo e a vulnerabilidade da população leiga no que diz respeito ao medo da doença e da morte, gerando problemas referentes à saúde mental e ao esclarecimento sobre prevenção e tratamento, conturbando o trabalho dos profissionais de saúde e a relação profissional-paciente. Relacionando ao contexto da Pandemia de COVID-19 vivenciada mundialmente, outro estudo destacou o perigo da automedicação, sem devida prescrição ou comprovação da eficácia para a situação em específico. CONCLUSÃO: Portanto, a disseminação de desinformação está relacionada ao contexto sociocultural e tecnológico atual de uma sociedade individualista e egocêntrica, visto que a propagação do conteúdo é realizada para se obter benefícios próprios em detrimento da comunicação de cunho científico e verídica, trazendo consequências pessoais e coletivas, como a automedicação e o medo da população.
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Natállia Gabriela Silva Gomes
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