INTRODUÇÃO: A é responsável pela refração e focalização da luz. Em caso de déficit funcional pode ser transplantada. No entanto, a escassez de doadores de córneas transplantáveis e risco de rejeição limitam essa terapêutica. Assim, o uso de exossomos derivados de células-tronco mesenquimais (CTM) ampliou os horizontes para tratamento de lesões da córnea. OBJETIVO: Avaliar a aplicabilidade de exossomos oriundos de células-tronco mesenquimais na regeneração da córnea. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa utilizando artigos disponíveis na base de dados PubMed, por meio dos descritores indexados ao DECs: “Mesenchymal Stem Cells”, “Cornea”, “Exosomes” “Regeneration”, usando entre eles o booleano AND. Selecionou-se artigos completos e livres que apresentavam “Abstract”, publicados entre 2019 e 2024 na língua inglesa, resultando em 8 artigos pertinentes. RESULTADOS: Em um estudo com grupos controle, a terapia com exossomos contendo miRNA reepitelizou 94% da ferida corneana em 3 dias e completamente em 7 dias, mantendo a semelhança celular, espessura e número de camadas com a córnea nativa, já o grupo não tratado com exossomos obteve recuperação completa em 12 dias, mas com epitélio cicatricial instável. Além da diminuição da inflamação local, observou-se que as CTMs inibem a angiogênese na córnea, o oposto ao observado em outros tecidos. Teoriza-se o uso de exossomos com fator de crescimento neurotrófico (NGF) na ceratite neurotrófica, pois em testes in vivo houveram resultados positivos na regeneração nervosa em outros tecidos e testes in vitro demonstraram esse efeito no nervo corneano. Quanto aos transplantes, as CTMs evitaram a maturação de células B e inibiram a liberação de citocinas por células T, tolerando o aloenxerto. CONCLUSÃO: É notório o potencial das CTMs na regeneração da córnea, com melhor prognóstico e menor tempo de recuperação, bem como favorecendo transplantes, além da possibilidade de sua utilização em lesões nervosas. Isso se deve a sua capacidade de substituição celular, efeitos imunomoduladores e transporte de substâncias manipuláveis em vesículas, como os exossomos. Contudo, a heterogeneidade na origem das CTM, técnicas de cultivo, isolamento e fornecimento afetam a reprodutibilidade dos experimentos e aplicação clínica. Logo, são necessários protocolos para a consistência dessa terapêutica.
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Natállia Gabriela Silva Gomes
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