INTRODUÇÃO: O absenteísmo-doença caracteriza-se pela ausência não programada no serviço em decorrência do surgimento de uma doença ou outra condição de saúde. Esse fenômeno, associado à justificativa de afastamento do emprego em razão de transtornos mentais e comportamentais (TMC), vem sendo bastante observado, globalmente, nas pessoas que trabalham no setor de saúde, já que tais profissionais, com frequência, são submetidos a situações estressantes e de risco, o que pode gerar sobrecarga e esgostamento emocional. Dessa forma, é crucial compreender a relevância do bem-estar socioemocional ao se considerar a saúde ocupacional daqueles que trabalham na área da saúde, tendo em vista a diversidade de fatores estressores que atingem tal classe. OBJETIVO: Analisar o perfil do absenteísmo-doença motivado por problemas de saúde mental no pessoal de saúde. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, desenvolvida a partir da seleção de 6 artigos publicados entre 2019 e 2024, dos quais 2 estão escritos em português, 2 em espanhol e 2 em inglês. Foram utilizados os seguintes Descritores em Ciência e Saúde (DeCS): “Absenteísmo”, “Saúde Mental” e “Pessoal de Saúde”. As bases de dados usadas foram: Google Acadêmico, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online). RESULTADOS: A literatura evidencia que os TMC costumam ser a segunda maior causa de absenteísmo-doença entre o pessoal de saúde, perdendo apenas para as doenças do sistema musculoesquelético. Ressalta-se que os distúrbios mentais que mais resultam em ausências laborais são os transtornos do humor (como a depressão), os transtornos mentais por uso de substâncias psicoativas e os transtornos relacionados ao estresse. Ademais, observou-se que as mulheres relatam maior comprometimento psicossocial, há maior média de absenteísmo no turno noturno e os aspectos estressores comuns foram: excessiva carga laboral, organização rígida do trabalho, sensação de grande responsabilidade, apoio social insuficiente e exposição constante a circunstâncias de risco (a exemplo da permanência na linha de frente do enfrentamento da pandemia de covid-19). CONCLUSÃO: É notório que políticas de intervenção na saúde ocupacional de profissionais da saúde precisam ser realizadas e necessitam priorizar o bem-estar psicossocial, considerando o destaque dos TMC como causa do absenteísmo-doença.
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Natállia Gabriela Silva Gomes
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