INTRODUÇÃO: O sistema nervoso entérico participa da regulação das funções digestivas e metabólicas, além de influenciar o estado emocional e comportamental. Um dos sistemas que interage perto com a microbiota intestinal é o principal sistema de resposta ao estresse do corpo, o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA). Muitos problemas relacionados à comunicação entre microbiota, intestino e cérebro estão ligados a problemas no funcionamento do eixo HPA, e sua hiperatividade está associada a distúrbios psiquiátricos. Essa interação influencia não só distúrbios gastrointestinais, mas também condições psiquiátricas e relacionadas ao estresse. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é investigar os desdobramentos neuroendócrinos do eixo cérebro-intestino, analisando suas implicações em diversos aspectos da saúde humana, desde o funcionamento do sistema digestivo até o estado emocional e comportamental. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão integrativa, reunindo e analisando estudos relevantes sobre os desdobramentos neuroendócrinos do eixo cérebro-intestino. A busca por artigos foi conduzida nas bases de dados eletrônicas PubMed, Scielo e LILACS, utilizando descritores relacionados ao tema. Foram incluídos estudos dos últimos 10 anos que investigaram a comunicação entre o cérebro e o intestino e os mecanismos neuroendócrinos envolvidos nessa interação. A análise dos dados incluiu a síntese e comparação dos resultados dos estudos selecionados, destacando descobertas relevantes e lacunas no conhecimento.. RESULTADOS: Os resultados destacam que a microbiota intestinal influencia significativamente a atividade do eixo HPA, aumentando a permeabilidade da barreira intestinal e promovendo um estado pró-inflamatório. Componentes microbióticos, como o peptidoglicano, podem influenciar no desenvolvimento e comportamento cerebral, bem como mecanismos neuroendócrinos do eixo cérebro-intestino com o tecido adiposo podem agir na regulação do apetite, no metabolismo energético e na inflamação. A diminuição da ativação do sistema imunológico relacionada à microbiota em resposta ao estresse também pode influenciar a comunicação entre esses sistemas. CONCLUSÃO: Conclui-se que a disfunção neuroendócrina do eixo cérebro-intestino tem ligação com transtornos gastrointestinais funcionais, desregulação do peso corporal e da homeostase energética. Os hormônios intestinais são cruciais na regulação do metabolismo energético e na patogênese de doenças como a obesidade e diabetes tipo 2, sugerindo que modulá-los pode representar uma estratégia terapêutica promissora.
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Natállia Gabriela Silva Gomes
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