INTRODUÇÃO: Uma microbiota vaginal equilibrada é fundamental para a saúde do trato genital feminino e prevenção de infecções vulvovaginais. Alterações na flora vaginal são relevantes para pesquisas relacionadas ao tratamento de infecções e para avaliação da progressão de lesões no colo do útero, que podem acarretar displasias cervicais ou câncer. OBJETIVO: Explorar as principais disfunções da microbiota vaginal associadas à neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e ao câncer do colo do útero. METODOLOGIA: O estudo se trata de uma revisão integrativa de literatura produzida a partir de trabalhos que retratam a temática em questão. Utilizou-se como banco de dados: Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e Google Acadêmico. Ademais, empregou-se o uso de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e os operadores booleanos: “câncer de colo uterino”,“disbiose e “lesões intraepiteliais escamosas cervicais”. Destarte, dentre os 10 artigos encontrados, restaram 4, admitindo como critérios de inclusão: publicações a partir de 2019, idioma português e convergentes à temática. Os critérios de exclusão foram: artigos não originais e de acesso restrito. RESULTADOS: Estudos observaram que a diminuição de Lactobacillus spp., como o Lactobacillus crispatus, representa um fator de risco para o câncer cervical, pois prejudica o papel protetor contra infecções pelo HPV e o desenvolvimento carcinogênico. Um dos estudos apontou que nem todas as espécies de lactobacilos estão associadas a um desfecho melhor: a presença abundante de Lactobacillus iners estava negativamente correlacionada com a eliminação do papiloma vírus humano (HPV), já que essa espécie é incapaz de produzir isoformas que protegem contra infecções do trato reprodutivo. Outra pesquisa ressaltou que o HPV provoca disbiose vaginal ao elevar níveis de L. iners. Dois estudos identificaram aumento de bactérias Gardnerella, Pretella e Atopohiam na microbiota, correlacionando-se com lesões intraepiteliais cervicais e câncer. CONCLUSÃO: A disbiose vaginal resulta em danos à membrana cervical, tornando-a mais permeável ao HPV e facilitando sua infecção. Evidencia-se, portanto, que a redução dos Lactobacillus spp. e o aumento das bactérias L. iners, Gardnerella, Prevotella e Atopobium na flora vaginal estão correlacionadas com o desenvolvimento do câncer do colo do útero e das lesões intraepiteliais cervicais.
Comissão Organizadora
Natállia Gabriela Silva Gomes
Comissão Científica