INTRODUÇÃO: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (2022), é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos, variando com fases de atividade e de remissão. Sua incidência é comum em mulheres com idade reprodutiva e é associada a fatores de risco maternos e obstétricos. OBJETIVO: Evidenciar os impactos e as complicações do Lúpus Eritematoso Sistêmico na saúde materna e obstétrica. METODOLOGIA: Esse trabalho trata-se de uma revisão narrativa da literatura fundamentada em achados científicos nas plataformas DeCS e PubMed e baseou-se na seguinte questão norteadora: “O Lúpus Eritematoso Sistêmico associa-se a impactos na saúde materna e obstétrica?”. Os descritores utilizados foram: “Lúpus Eritematoso Sistêmico”, “Gravidez” e “Risco Fetal”, sendo escolhidos quatro artigos publicados nos anos de 2019, 2021 e 2022, com base no eixo temático abordado. Os artigos foram disponibilizados gratuitamente com texto completo em português, inglês e indonésio. RESULTADOS: A análise mostra que há uma maior incidência de infecção em mulheres grávidas com LES, que é relacionada com a presença de anticorpos anti-DNA e com o aumento da dose de prednisona, pois a elevada dosagem desse medicamento aumenta a chance de desenvolver infecções em gestantes com lúpus. As complicações maternas são: a exacerbação de lúpus, hipertensão, nefrite, pré-eclâmpsia e eclâmpsia. Enquanto os resultados ruins da gravidez incluem parto prematuro, aborto e restrição de crescimento intrauterino (RCIU). Logo, vê-se o aspecto multifatorial dos impactos envolvendo gestantes com LES. Os estudos também conectam essas complicações com o aumento do índice de gravidezes não planejadas, pois a diretriz do American College of Rheumatology (ACR 2020) recomenda que mulheres com lúpus concebam quando a atividade da doença tiver sido clinicamente leve ou inativa nos 6 meses anteriores à gravidez para diminuir o risco de resultados adversos. CONCLUSÃO: Desse modo, evidencia-se que o LES, na gravidez, está atrelado à morbimortalidade materna, se apresentando, principalmente, nas gravidezes não planejadas. Logo, o planejamento gestacional e o acompanhamento pré-natal qualificado- com as medicações para o lúpus compatíveis com a gravidez-, são cruciais para a melhora da qualidade de vida nesse grupo de pacientes.
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Natállia Gabriela Silva Gomes
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