INTRODUÇÃO: O microbioma vaginal é único para cada mulher, composto por uma diversidade de microrganismos, incluindo bactérias, fungos e vírus. Entre esses, os lactobacilos desempenham um papel crucial como bactérias benéficas predominantes em um microbioma saudável. A composição desse meio é influenciada por diversos fatores, como idade, hormônios, dieta e uso de antibióticos. Durante a gestação, ocorrem mudanças significativas no ambiente vaginal devido ao aumento dos níveis de estrogênio. Isso resulta em uma maior deposição de glicogênio na vagina, favorecendo o desenvolvimento dos lactobacilos. No entanto, em algumas gestantes, o microbioma pode estar desprovido dessa proteção lactobacilar, aumentando o risco de parto prematuro, sendo ele uma das principais causas de mortalidade neonatal e morbidade a longo prazo. OBJETIVO: Analisar a influência da alteração do microbioma vaginal em partos prematuros. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de integrativa de literatura, que contempla estudos em português e inglês, publicados nos últimos 5 anos, extraídos das bases de dados Google Acadêmico e Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Os Descritores em Ciência da Saúde utilizados foram “microbioma”, “vagina” e “trabalho de parto prematuro”. Assim, foram selecionados 5 artigos de alta qualidade metodológica. RESULTADOS: Durante a gestação, o microbioma vaginal experimenta uma completa dominância por espécies de Lactobacillus, independentemente da etnia da mulher. O microbioma vaginal entra em disbiose quando há variedade de microrganismos, com uma redução dos lactobacilos benéficos e um aumento de bactérias patogênicas como Gardnerella vaginalis e Atopobium vaginae. Essa alteração na composição bacteriana pode levar a mudanças no pH vaginal, favorecendo o crescimento de bactérias prejudiciais. A análise apoiou a capacidade preditiva do microbioma em relação ao parto prematuro, indicando que a baixa abundância de lactobacilos está associada ao maior risco, enquanto a dominância de L. crispatus está associada ao menor risco. CONCLUSÃO: Manter um microbioma equilibrado durante a gravidez é essencial para reduzir complicações obstétricas, como parto prematuro. Intervenções para promover um microbioma saudável podem ser uma estratégia preventiva para melhorar os resultados da gravidez e neonatais.
Comissão Organizadora
Natállia Gabriela Silva Gomes
Comissão Científica