A epidemia de AIDS se constituiu em uma difícil realidade para as mulheres, desde seu surgimento e foi na década de 90 que surgiram as primeiras respostas coordenadas, considerando os componentes socioeconômicos e culturais nas relações de gênero e a submissão da mulher. Analisar os fatores epidemiológicos frente às vulnerabilidades femininas e sua relação com a epidemia do HIV/Aids. Revisão de literatura, baseada em 11 artigos, publicados entre 2010 a 2020, nas bases de dados Biblioteca Eletrônica Científica Online e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde, utilizando os descritores: “HIV/AIDS”; “mulher”; “vulnerabilidade; “medicina”, e o Boletim Epidemiológico HIV/AIDS, de 2019, do Ministério da Saúde. A pesquisa evidenciou, como vulnerabilidades femininas de contaminação com HIV, fatores condicionantes de relações sexuais sem proteção, baixa escolaridade, crenças religiosas e a desigualdade dos papéis sociais entre homens e mulheres. A vulnerabilidade feminina ao HIV necessariamente remete às formas como homens e mulheres se relacionam em nossa sociedade, à dinâmica de poder que perpassa tais relações e ao imaginário coletivo em relação aos papéis de gênero. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 48% das mulheres brasileiras continuam sem perceber os riscos que correm com o sexo não protegido e não se percebem vulneráveis, principalmente quando cumprem o papel que se espera delas – o amor monogâmico e a dedicação ao doméstico. O enfrentamento da feminização da epidemia exige esforços na redução dos fatores de ordem social, individual e programático que implicam na limitação de acesso à informação, aos insumos de prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento, fortalecendo com ações políticas para a saúde da mulher.
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