Violência Obstétrica: Uma Agressão Naturalizada Pela Sociedade ?
INTRODUÇÃO
O termo "violência obstétrica" está relacionado aos procedimentos realizados na prática obstétrica que comprovadamente não trazem nenhum benefício para a saúde da mulher e seu concepto, apresentando-se no âmbito físico e psíquico durante todo período gravídico puerperal.
OBJETIVO:
O objetivo deste estudo é analisar as ocorrências mais recorrentes no trabalho de parto que configuram violência obstétrica e reconhecer a dimensão social desta problemática.
MÉTODO:
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura produzida a partir da busca de artigos nos bancos de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico. Os descritores em Ciências da Saúde (DeCS) usados nas buscas textuais foram: Gestante, Parturiente, Trabalho de parto e Violência Obstétrica. Assim, no mês de março de 2021, foram encontrados 316 artigos e persistiram 10 ao aplicar os critérios de inclusão: artigos originais e dissertações que possuíssem menos de 5 anos de publicação, coerência com o tema, e de abrangência em todo território nacional. E foi utilizado como critério de exclusão artigos com baixa relevância científica.
RESULTADOS:
As práticas cotidianas que caracterizaram a violência obstétrica são as verbais, as psicológicas e as físicas que refletem de forma negativa nas parturientes. Os profissionais não demonstraram empatia com as mulheres nesse momento tão particular e carregado de incertezas. Sua bagagem cultural, os gemidos e expressões corporais geralmente são criticados e reprimidos. Outra situação recorrente são as práticas intervencionistas que comprovadamente não beneficiam o nascimento, como a manobra de Kristeller, exames vaginais periódicos, episiotomia e fórceps. A violência obstétrica afeta especialmente mulheres desfavorecidas economicamente, baixa escolaridade, negras e obesas, fato que demonstra a presença de critérios para atendimento considerando o viés econômico, estudantil, racial e físico.
CONCLUSÃO:
Portanto, a violência obstétrica se apresenta em elevadas proporções, sendo que em inúmeras situações é vista como um momento natural, pois as mulheres – em geral aquelas com baixas condições socioeconômicas - desconhecem o assunto e naturalizam as agressões ocorridas durante o trabalho de parto.
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