INTRODUÇÃO:
A descrição clínica da Covid-19 mostra que 81% dos pacientes têm febre, tosse, fadiga e mialgia. Somando-se, a anosmia, aparece em 20 a 88% e pode ser o único achado. Contudo, a fisiopatologia desse distúrbio não é bem relatada, sendo que sua análise pode favorecer o entendimento sobre o vírus.
OBJETIVO:
Na gestão da pandemia, a identificação de pacientes oligossintomáticos se torna um fator crucial para interromper a cadeia de transmissão do SARS-CoV-2. Dessa forma, o objetivo desse trabalho é analisar a fisiopatologia da anosmia em pacientes com a Covid-19, de modo a auxiliar seu diagnóstico.
MÉTODO:
Para elaboração desse trabalho, realizou-se uma revisão bibliográfica no portal da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), onde foram selecionadas as bases de dados da Medline, Lilacs e Ibecs. Como palavras-chave foram utilizadas “anosmia”, “coronavirus” e “Pathophysiology Covid-19”. Os filtros selecionados foram textos completos nacionais e internacionais e como assunto principal infecções por coronavirus, transtornos do olfato, olfato e bulbo olfatório. A partir dos resultados obtidos foram selecionados 11 artigos, os quais serviram para este estudo.
RESULTADOS:
A anosmia, sintoma de perda do olfato, pode resultar de idade avançada, doenças nasossinusais, traumatismos, infecções respiratórias ou doenças neurodegenerativas. Esse sintoma é presente na Covid-19 e ainda não foi totalmente esclarecido. A fisiopatologia sugere como mecanismos a atuação da Enzima Conversora da Angiotensina 2 (ECA2) na resposta inflamatória, neuroinvasão (NI), aos receptores olfatórios e prejuízo no sistema nervoso central (SNC). Apesar da ECA2 ser identificada como receptor celular para o vírus SARS-CoV-2, na mucosa nasal, os exames de imagem de relatos de caso, geram uma possível contradição desta hipótese. Esse vírus tem uma propensão para a NI, sendo os neurônios olfatórios acometidos e prováveis porta de entrada e disseminação, por via transneural ao SNC.
CONCLUSÃO:
A provável hipótese da associação da anosmia com a Covid-19 é a NI olfatória. O não diagnostico desse sintoma pode causar uma subnotificação, assim, menor controle da transmissão viral. Os médicos, portanto, devem estar cientes dessa apresentação e investigar os sintomáticos quanto à anosmia.
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