A pandemia da COVID-19 suscitou preocupações quanto aos cuidados a pacientes pediátricos, pelos riscos de morte por câncer e pelas complicações deste. Assim, alterações no manejo da oncologia pediátrica levantaram questões sobre a continuidade do diagnóstico e do tratamento desses pacientes. Sendo assim, objetiva-se, neste trabalho, analisar os possíveis impactos da pandemia da COVID-19 tanto no diagnóstico quanto no tratamento de pacientes oncológicos na pediatria. Nesse sentido, a pesquisa consiste em uma revisão narrativa da literatura de caráter descritivo, a qual foi produzida pela seleção de 33 artigos, entre os 102 resultados, na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde, com os descritores em saúde “COVID-19”, “Neoplasias”, “Crianças” e o operador booleano “AND”. Incluíram-se, então, textos relacionados às implicações da pandemia da COVID-19 no tratamento do câncer em pacientes pediátricos, entre os anos de 2019 e 2021, no idioma inglês. Excluíram-se, contudo, artigos não publicados e com propostas temáticas discordantes ao objetivo desta pesquisa. Desse modo, vale citar que as infecções virais associam-se ao aumento da morbidade e mortalidade em crianças imunocomprometidas. Sendo assim, o risco de exposição ao COVID-19 resultou em uma grande ansiedade entre as famílias de pacientes pediátricos oncológicos e os profissionais da saúde, com o consequente desenvolvimento de orientações padronizadas, a fim de reduzir os riscos de transmissão para esses pacientes, como o distanciamento social, minimização do número de pessoas que visitam os departamentos de oncologia e o uso da telessaúde. Isso, contudo, gerou prejuízos à oncologia pediátrica, como a ocorrência de diagnósticos tardios, interrupções, escassez e modificações nos tratamentos e procedimentos cirúrgicos direcionados aos pacientes oncopediáticos, o que influencia negativamente no prognóstico destes. Sendo assim, conclui-se que adaptações devem ser aplicadas nos serviços de oncologia pediátrica para evitar infecção pela COVID-19, sem interferir no diagnóstico de câncer pediátrico e prejudicar o tratamento, por meio do apoio e fortalecimento de serviços de acompanhamento desses pacientes.
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