INTRODUÇÃO: Os efeitos adversos são conceituados como ocorrências desfavoráveis que podem ocorrer durante o tratamento. Eles são considerados um problema de saúde pública relevante, pois são eventos evitáveis, que comprometem a segurança do paciente, resultando em elevadas taxas de morbimortalidade. OBJETIVO: Analisar o perfil de mortalidade por efeitos adversos a drogas, medicamentos e substâncias biológicas com finalidade terapêutica no nordeste do Brasil no período de 2010 a 2019. MÉTODO: Este é um estudo epidemiológico, transversal, retrospectivo e descritivo, tendo como base a análise secundária de informações sobre óbitos por efeitos adversos a drogas, medicamentos e substâncias biológicas com finalidade terapêutica disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foi analisada informações sobre o perfil de mortalidade por essa causa no período correspondente de 2010 a 2019 no nordeste do Brasil. Utilizou-se o Microsoft Office Excel® para tabulação e análise das variáveis: total de óbitos da região, estados com maior prevalência de mortalidade, óbitos por cor e faixa etária, e o local de ocorrência. RESULTADOS: Dentro do período analisado foram computados 131 óbitos no nordeste, o que a caráter nacional representa 11,51% dos óbitos por essa motivação no país. O estado da Bahia foi responsável por concentrar 39,39% dos casos, enquanto que a Paraíba registrou o menor percentual regional (2,27%). Quanto ao perfil observou-se que indivíduos do sexo masculino (55,30%), pardos (60,61%), e com idade igual ou superior a 80 anos (16,67%) foram os mais acometidos. Achados que podem estar associados à busca tardia aos serviços de saúde e presença de polifarmácia, que são comuns em homens idosos. O ambiente hospitalar foi responsável por concentrar a maioria dos óbitos (82,57%), o que pode estar atrelado à maior habilidade desse ambiente em notificar e identificar as ocorrências. CONCLUSÃO: Conclui-se que os óbitos por reações adversas são agravos que acometem especialmente um perfil característico de indivíduos, o que demanda maior vigilância dos profissionais de saúde, a fim de reduzir os índices de mortalidade por essa motivação, tendo em vista o seu caráter evitável.
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