INTRODUÇÃO: A tuberculose (TB) é uma doença de notificação compulsória causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, conhecido também como bacilo de Koch. Ela acomete principalmente indivíduos pobres, em condições de vulnerabilidade e resulta em impactos sobre a qualidade de vida. OBJETIVO: Analisar o perfil de morbidade por tuberculose em adultos brasileiros durante a última década. MÉTODO: O estudo se caracteriza como transversal, descritivo, de série temporal, onde foi realizada a coleta de dados no Sistema de Informações de Saúde, pela consulta da base de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). A análise epidemiológica foi baseada nas variáveis: casos confirmados de TB em indivíduos com idade entre 40 a 69 anos segundo região de notificação no período de 2010 a 2020, sexo e confirmação laboratorial para TB. RESULTADOS: Neste período foram confirmados 241.533 casos de TB, sendo 73,4% dos casos em homens. A maior prevalência em indivíduos do sexo masculino, pode estar associado a maior tendência a atividades que exponham ao risco de infecção. Ademais, a prevalência do abandono ao tratamento nesses indivíduos, contribui para complicações associadas à resistência ao tratamento. As regiões do país com maiores números de casos foram a região Sudeste (45,3%), Nordeste (26,7%), e Sul (13,5%), fatores como qualidade das notificações, clima e características socioeconômicas podem ter contribuído para esse achado. Quanto à faixa etária, a de maior prevalência foi de 40 a 59 anos (80,5%), nesse caso a reativação endógena, responsável por manter a TB em sua fase assintomática pode ter contribuído. CONCLUSÃO: A tuberculose no Brasil é um problema de saúde pública, que apesar do tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde, encontra barreiras, como o tempo elevado e efeitos colaterais da farmacoterapia, que contribuem para cepas resistentes, altas taxas de morbidade e recidivas.