INTRODUÇÃO: A Entamoeba histolytica é o principal agente etiológico da amebíase intestinal. No Brasil há elevadas taxas de infecção, que estão associadas principalmente às más condições de higiene, falta de saneamento básico e escassez na distribuição de água potável. OBJETIVO: Analisar o perfil de morbidade infanto juvenil por amebíase durante a última década. MÉTODO: Estudo transversal, descritivo, de série temporal, onde foi realizada a coleta de dados a partir de informações disponíveis no Sistema de Informações de Saúde, pela consulta da base de dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS). A análise epidemiológica foi baseada na morbidade Hospitalar do SUS por local de internação no período de fevereiro de 2011 a fevereiro de 2021, através da análise das variáveis sexo e faixa-etária de menor que 1 ano a 19 anos. RESULTADOS: Na análise feita neste período, foram confirmados 11.269 casos de interações por amebíase, sendo que 52,05% foram para indivíduos do sexo feminino e 47,95% do masculino. A prevalência do sexo masculino pode estar associada aos hábitos higiênicos e ao contato interpessoal com fontes de contaminação através de brinquedos. Quanto à região, os números de internações apontaram a região Norte (42,2%), seguida pelo Nordeste (39,7%) e Centro-Oeste (7,7%) como as mais prevalentes, o que pode estar relacionado às condições socioeconômicas e saneamento básico precário. Em relação à faixa etária, a de maior prevalência foi em indivíduos com 1 a 4 anos (42,55%), seguida por 5 a 9 anos (20,21%), que pode estar associado com quadros de desnutrição que contribuem para agravamento da infecção por amebíase. CONCLUSÃO: A amebíase intestinal é um problema de saúde pública para o Brasil. Os achados deste estudo, apontam a importância do fortalecimento de políticas em saúde voltadas especialmente para a região Norte, e para crianças de 1 a 4 anos, com intuito de reduzir as internações.
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