INTRODUÇÃO:
A pandemia do vírus SARS-CoV-2 gera morbimortalidade elevada na população, em especial nos grupos de risco, como o dos obesos. Nesse contexto, a obesidade é uma inflamação crônica que, somada a infecção pelo coronavírus, torna-se um fator agravante e de pior prognóstico nos acometidos pela COVID-19.
OBJETIVO:
Relacionar o porquê da obesidade ser um fator predisponente de quadros mais graves pela infecção da doença causada pelo novo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2).
METODOLOGIA:
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada por um levantamento bibliográfico, através das bases de dados PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) entre abril e maio de 2021. Para tal, utilizaram-se as palavras-chave “Obesity”, “Covid-19”, “Inflammation”, “Risk Factors”, “Cytokines”. A busca se deu pelo cruzamento dos descritores usando o operador booleano “AND”. Foram incluídos artigos em português e em inglês, publicados entre 2020 e 2021. Encontrou-se 55 artigos na PubMed e 19 na BVS. Dos 74 artigos encontrados, excluiu-se 24 em função de seu título, 13 por repetição de artigo e 27 por não contemplarem o tema desta revisão. Por fim, selecionou-se 10 artigos para análise.
RESULTADOS:
A análise dos artigos explicitou que obesos têm até quatro vezes maior risco de complicações e de morte por COVID-19. O SARS-Cov-2 invade as células que expressam a enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2), como as do tecido adiposo, permitindo maior instalação do vírus no organismo. Ademais, a obesidade envolve mecanismos fisiopatológicos que causam desequilíbrio na produção de adipocinas anti e pró-inflamatórias, gerando um quadro de inflamação crônica. O aumento das citocinas, como interleucina-6 e TNF-alfa, altera a defesa inata e adaptativa do organismo, desregulando o sistema imune, o que facilita a invasão do vírus. A obesidade associada à COVID-19 resulta em uma expressiva “tempestade de citocinas”, causando danos ao sistema cardiovascular e respiratório que expressam a ECA2.
CONCLUSÃO: A inflamação crônica da obesidade, portanto, gera disfunção imunológica, aumento das citocinas pró-inflamatórias e da expressão da ECA2, agravando a inflamação aguda do SARS-CoV-2. Dessa forma, a obesidade é um preditor de mau prognóstico da COVID-19, necessitando de acompanhamento mais criterioso.
Comissão Organizadora
Comissão CIS
Comissão Científica