O Transtorno de Espectro Autista tem origem multifatorial e é caracterizado por um conjunto de manifestações que dificultam a socialização. A suplementação com folato na gestação é profilática para TEA. Mas, há evidências na literatura que defendem o risco do uso desta vitamina em certas condições. O objetivo desse estudo foi verificar se há associação entre o uso de ácido fólico na gestação e o risco de desenvolvimento de Transtorno de Espectro Autista (TEA) na prole. Realizou-se uma revisão da literatura, dos últimos 5 anos (2016 a 2021), no banco de dados PubMed, utilizando-se os descritores folic acid, autism, pregnancy, autism spectrum disorder e asperger syndrome. Como critério de inclusão, foram selecionados artigos originais de estudos experimentais e observacionais que abordavam o tema. Observou-se que a suplementação recomendada com ácido fólico (AF) antes da gravidez e durante a gestação foi estatisticamente significativa para a diminuição do risco de desenvolvimento do TEA. Todavia, alguns estudos mostraram que a frequência de ingestão materna de AF, medida em vezes/semana, está relacionada ao desenvolvimento de TEA na prole, uma vez que a hipovitaminose (< 2 vezes/semana) ou a hipervitaminose (> 5 vezes/semana) apresentaram risco relativo (RR) significativo para o surgimento do mesmo. Notou-se, ainda, RR aumentado em crianças negras com altos índices de AF não metabolizado no cordão umbilical, em comparação com crianças não-negras. Portanto, conclui-se que a ingestão recomendada de AF e multivitamínicos na gestação está associada à redução do risco de TEA na prole. Constatou-se, também, um aumento do risco de TEA em casos de hiper e hipovitaminose materna.
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