INTRODUÇÃO
O trauma é uma situação de perturbação à homeostasia do organismo, sendo a hemorragia, por ativação do sistema fibrinolítico, uma das possíveis complicações. O ácido tranexâmico (ATX) é, portanto, utilizado na tentativa de reduzir o sangramento ao inibir competitivamente a fibrinólise.
OBJETIVO
Analisar as evidências científicas, por meio de revisão de literatura, sobre a utilização do ácido tranexâmico (ATX) em pacientes com risco de sangramento, em decorrência do trauma.
MÉTODO
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada durante o mês de maio de 2021, com busca de artigos nas bases de dados: IBECS, MEDLINE, LILACS, por meio dos descritores: ácido tranexâmico, trauma e hemorragia. Os critérios de inclusão foram: estudos primários, publicados em periódicos nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola, dos últimos dez anos, com texto disponível na íntegra, resultando em 101 publicações. Excluíram-se aquelas relacionadas ao uso da medicação em cirurgias eletivas. Após leitura dos resumos, 12 publicações foram elegíveis, destas, após leitura do texto, sete estudos atenderam aos critérios de inclusão.
RESULTADOS
De acordo com os estudos analisados, o ácido tranexâmico (ATX) apresenta eficácia notável na redução da incidência de sangramentos. O ensaio CRASH-2, pioneiro no estudo da aplicabilidade do ATX no contexto de trauma, realizado em 2010, mostrou queda na mortalidade por hemorragia em pacientes que recebiam essa medicação. O benefício, entretanto, foi observado apenas em indivíduos tratados em até três horas da ocorrência das lesões. Todavia, estudos realizados nos Estados Unidos, entre julho de 2014 a junho de 2017, demonstraram ocorrência de eventos tromboembólicos em pacientes tratados com ATX. Nesse sentido, o ensaio CRASH-3, publicado em 2019, confirmou que o risco de eventos de natureza tromboembólica são semelhantes entre pacientes tratados com ATX e naqueles tratados com placebo.
CONCLUSÃO
O uso do ATX mostrou-se efetivo e com um bom custo-benefício nos grupos de pacientes politraumatizados e com extensa hemorragia, no ambiente extra e intra-hospitalar. Além disso, a presente revisão estimula investigações sobre a utilização desse medicamento em outros protocolos de atendimento.
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