INTRODUÇÃO:
A endocardite infecciosa (EI), infecção que acomete as superfícies endocárdicas ou o material protético cardíaco, é uma doença grave de alta morbimortalidade. Diversos procedimentos odontológicos propiciam bacteremia transitória e, destarte, predispõem a EI mormente em pacientes com fator de risco.
OBJETIVO:
Este estudo tem como objetivo revisar a literatura sistematicamente, apresentando as principais evidências científicas acerca da relevância de profilaxia em procedimentos odontológicos para prevenir endocardite infecciosa.
MÉTODO:
Esta é uma revisão sistemática da literatura, baseada no método PRISMA com síntese de evidências científicas. Fundamentada na pergunta norteadora “realmente é importante a profilaxia em procedimentos odontológicos como forma de prevenir a endocardite infecciosa?”. A seleção dos artigos foi realizada no MEDLINE, EMBASE, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Web of Science e SciELO, usando os seguintes descritores: coração, complicações, endocardite, infecção, oral, odontológica, profilaxia e prevenção, sendo selecionados os artigos publicados de 2001-2021, disponíveis em inglês, espanhol ou português. Cada artigo e suas respectivas referências foram obtidos na íntegra e analisados.
RESULTADOS:
Foram analisados 6 artigos, que indicaram que 14-20% dos casos de EI estão associados a uma possível origem bucal. Procedimentos odontológicos invasivos que envolvam manipulação gengival, da região periapical ou perfuração da mucosa oral ocasionam bacteremia transitória, e a colonização endocárdica pode causar EI, em especial nos pacientes de alto risco (portadores de próteses valvares, EI prévia, cardiopatia congênita cianótica complexa e pós-cirurgia cardíaca). Considerando a alta mortalidade por EI (entre 13 a 40%), que tais pacientes são mais susceptíveis a desfechos desfavoráveis pela infecção e a antibioticoprofilaxia é efetiva em reduzir a incidência da bacteremia, corroborou-se que a profilaxia em procedimentos dentários é importante e eficaz na prevenção de EI nesses casos.
CONCLUSÃO:
A prevenção da EI é de extrema importância e a profilaxia antibiótica é essencial para pacientes de risco submetidos a procedimentos dentários de risco, devendo ser realizada somente com indicação e em dose única, visando evitar o uso indiscriminado de antimicrobianos e a resistência bacteriana.
Comissão Organizadora
Comissão CIS
Comissão Científica