As internações por queimaduras no município de Goiânia foram influenciadas pela pandemia do COVID-19?

  • Autor
  • Giovanna Giulia de Carvalho Amoroso
  • Co-autores
  • Ana Clara Goulart Ferreira , Evandro Matheus de Oliveira Araújo Pereira , Yasmin Ricarda e Azevedo Géa , Ana Maria Quinteiro Ribeiro
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: Queimaduras são lesões secundárias a agentes externos em tecidos que revestem o corpo. Queimaduras por álcool são frequentes, pelo seu caráter inflamável. O aumento do seu uso e a flexibilização na sua venda na pandemia de COVID-19 podem influenciar na ocorrência de internações por queimadura. OBJETIVO:  Analisar as taxas de internação por queimaduras no município de Goiânia no período de 2018 a 2020, com enfoque na pandemia de COVID-19 iniciada em março de 2020. MÉTODO:  Estudo analítico do tipo ecológico. No site DataSUS, foram coletados dados relativos às internações hospitalares mensais por exposição à fumaça, ao fogo e às chamas e contato com fonte de calor e substâncias quentes entre 2018 e 2020 em Goiânia. Esses dados foram tabulados no Excel, onde se calcularam as taxas de internação mensais por 100.000 habitantes e seus respectivos logaritmos, que foram exportados para o programa STATA para análise de regressão de Prais-Winsten. Foram usados o p-valor, a taxa de incremento e o valor de beta para definir a tendência da série temporal. Analisaram-se comparativamente os valores encontrados para o período de 2018 a 2020 e para o ano de 2020. RESULTADOS: Em janeiro de 2018, a taxa de internação por queimadura em Goiânia foi de 4,98% a cada 100 mil habitantes. Em janeiro de 2019, essa taxa foi de 3,45%. Já em janeiro de 2020, foi de 5,63%. A análise temporal mensal entre os anos de 2018 e 2020 apresentou p-valor de 0,4, estatisticamente não significativo, afirmando uma tendência estacionária. A fim de avaliar problemas de flutuações na série temporal e verificar o impacto da pandemia de COVID-19, a análise estatística também foi realizada para o ano de 2020. Foi encontrado um p-valor de 0,019, estatisticamente significativo. O valor de beta foi de -0.01284, o que revela uma tendência decrescente. A taxa de incremento médio mensal mostrou redução de 2,9% nas taxas de internação por queimadura por mês em Goiânia no ano de 2020. CONCLUSÃO: Apesar do maior uso de álcool durante a pandemia, entre 2018 e 2020 a tendência temporal das taxas de internação por queimaduras foi estacionária e, em 2020, decrescente. Todavia, os dados referentes à internação desconsideram casos não graves, além de não discriminarem o agente causal envolvido.

     

  • Palavras-chave
  • Queimaduras, Etanol, Epidemiologia, COVID-19, Internação Hospitalar
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