INTRODUÇÃO: Membros da família Coronaviridae são capazes de causar manifestações entéricas. A enzima ECA-2 tem alta expressão no sistema gastrointestinal (GI) e é utilizada como receptor viral. Assim, o conhecimento das manifestações GI permite aumentar a suspeita clínica e estabelecer o diagnóstico precoce. OBJETIVO: A presente revisão bibliográfica busca atualizar o que se sabe sobre a fisiopatologia do SARS-CoV-2, com enfoque nas manifestações clínicas gastrointestinais. Ademais, visa elucidar o conhecimento dessas manifestações, a fim de estabelecer diagnóstico precoce e prevenir possíveis formas de contágio. MÉTODO: Realizou-se busca nas bases de dados PubMed, Scielo e Medline, utilizando os descritores “Coronavirus Infections”, “Gastrointestinal Tract” e o operador boleano “AND”. Sendo incluídos artigos completos em língua inglesa e espanhola, publicados nos anos de 2020 e 2021. Considerou-se critérios de inclusão: publicações coerentes ao período indicado, dados e arguições; de exclusão: dados incompletos ou que não englobavam de maneira pertinente o tema. RESULTADOS: O SARS-CoV-2 utiliza a enzima conversora de angiotensina-2 (ECA-2) como receptor, pela interação entre suas proteínas “spikes” e a região N-terminal da ECA-2. Demonstrou-se que a ECA-2 tem alta expressão em células do TGI e é usada como receptor para o enterócito. Em pacientes com COVID-19, a presença da proteína do nucleocapsídeo viral foi verificada em quase a totalidade do lúmen GI. Assim, o SARS-CoV-2 pode causar sintomas digestivos por invasão viral direta. Os sintomas GI são de importância especial em pacientes com COVID-19, porque surgem precocemente e podem piorar durante o curso da doença. Nesses pacientes, geralmente há atraso no diagnóstico, o que os torna uma fonte de disseminação viral. Logo, os sintomas GI indicam início insidioso e podem piorar com a progressão da doença. CONCLUSÃO: Assim, é evidente o envolvimento GI em pacientes com COVID-19. O conhecimento dessas manifestações pode aumentar a suspeição clínica e estabelecer o diagnóstico precoce. Os médicos devem ser alertados acerca dos sintomas GI iniciais, pois os pacientes podem estar infectados e transmitir o vírus.
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