INTRODUÇÃO: A Sífilis Congênita (SC) decorre da transmissão vertical da bactéria Treponema pallidum, que pode ocorrer em qualquer fase da doença e em qualquer estágio da gestação, sendo que o risco aumenta com a evolução dessa. Pode resultar em aborto, natimorto ou recém-nascido com diversas sequelas. OBJETIVO: Determinar o perfil epidemiológico da sífilis congênita no Brasil entre 2015 e 2020, avaliando os possíveis fatores relacionados à prevalência da doença. MÉTODO: Constitui-se de um estudo epidemiológico, descritivo e quantitativo, baseado em dados retirados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), através da plataforma DATASUS. Os indicadores analisados foram idade gestacional no momento do diagnóstico da mãe, diagnóstico final do recém-nascido, idade da criança no momento do diagnóstico, realização de pré-natal e esquema de tratamento materno, todos referentes ao Brasil no período de 2015 a 2020. RESULTADOS: De acordo com os registros, anteriormente ao período analisado, os diagnósticos de sífilis nas mães eram feitos apenas no terceiro trimestre de gestação. A partir de 2015, altera-se esse padrão, sendo mais frequente diagnósticos já no primeiro trimestre. Cerca de 90% dos casos registrados entre 2015 e 2020 são de sífilis congênita recente, em sequência estão os abortos, natimortos e sífilis congênita tardia. O número de diagnósticos da SC é maior nos primeiros sete dias de vida do recém-nascido, no período estudado foram constatados 121.473 casos nessa faixa etária. Dentre esses, cerca de 85% das gestantes realizaram o pré-natal. No que se refere ao tratamento, apenas 5% o concluíram adequadamente, próximo de 64% fizeram o tratamento inadequadamente e 31% não o realizaram. CONCLUSÃO: A partir deste ensaio, torna-se evidente que o tratamento inadequado ou a falta desse em gestantes com sífilis é o principal fator que contribui para os altos índices de SC no país. Assim sendo, nota-se a necessidade de melhorias na efetivação do tratamento, limitando a transmissão vertical.
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