O abuso sexual na infância tem sido relacionado a prejuízos cognitivos, emocionais, comportamentais e sociais. Crianças vítimas de abuso sexual tendem a desenvolver e a apresentar transtorno de ansiedade, sintomas depressivos e agressivos, problemas sexuais e dificuldades interpessoais. Nesse viés, a presente revisão literária foi realizada com o objetivo de descrever e identificar os aspectos emocionais, psiquiátricos e comportamentais em crianças vítimas de abuso sexual. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, do tipo revisão de literatura. A busca foi iniciada pelo PubMed, um motor de busca de livre acesso à base de dados MEDLINE, assim seguida em outras bases como a biblioteca eletrônica Scientific Eletronic Library On-line (SciELO). Entre os artigos, foram escolhidos os 10 mais pertinentes utilizando os descritores ‘Abuso Sexual’, ‘Estresse Pós Traumático’, Transtorno Psiquiátrico’’; e publicados entre 2000 e 2020 redigidos em língua inglesa e portuguesa. Crianças vítimas de abuso sexual quando submetidas a testes tem indicadores comportamentais que destacam a falta de confiança na família, isolamento social, comportamento regressivo, mudança de humor, comportamento suicida, autoagressão e automutilação, fugas, abuso de substâncias, mentiras, furtos, prostituição. Os indicadores afetivos apontam para sintomas de medo, pesadelos, confusão a respeito da identidade sexual, autoestima baixa, dificuldades em se ajustar sexualmente quando adulto. Nos indicadores psicológicos mais comuns, destacam-se a depressão, transtornos de ansiedade, transtornos alimentares – principalmente a bulimia –, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e transtornos de personalidade borderlaine. Portanto, é importante que haja um atendimento interdisciplinar com acompanhamento psicológico e social à vítima oferecendo condições de prevenção e ajustamento psicossocial para que, assim, a criança tenha uma real recuperação do trauma.
