INTRODUÇÃO: A doença por coronavírus 2019 (COVID-19) causada pela infecção por SARSCoV-2 é uma séria ameaça à saúde global. Sugere-se que a lesão hepática é uma complicação relevante no contexto da COVID-19, pois o aumento de AST e ALT, marcadores de lesão hepática, é comum e associa-se a um pior prognóstico.
OBJETIVO: Revisar o aumento das transaminases em pacientes com COVID-19, analisando os mecanismos fisiopatológicos envolvidos em sua ação no organismo.
MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa. Pesquisaram-se trabalhos científicos nas bases de dados PUBMED e MEDLINE, a partir dos seguintes descritores: “Transaminases AND COVID-19”. Utilizou-se o filtro dos últimos 5 anos como critério de inclusão, o qual resultou em 61 artigos. Destes, foram selecionados 14 e, em seguida, excluídos 5, de acordo com os critérios de exclusão adotados: o descumprimento da temática e do recorte temporal, restando apenas 9 artigos.
RESULTADOS: O aumento de aspartato aminotransferase (AST) e de alanina aminotransferase (ALT) em pacientes com COVID-19 ocorre, principalmente, em casos graves da doença devido a vários mecanismos diferentes. Um mecanismo inclui o ataque viral direto, no qual o vírus causa disfunção do ducto biliar, levando à lesão hepática induzida por dano de células do ducto biliar. Isso se deve provavelmente ao alto nível de expressão do receptor ACE2 nas células do ducto biliar. Ademais, outro mecanismo é uma reação inflamatória sistêmica devido à tempestade de citocinas que há. O aumento de AST-ALT e a razão AST/ALT (> 1) podem ocorrer devido à COVID-19 ou podem ter sido afetados por outros fatores, como: miosite (AST> ALT), isquemia/hipotensão ou alguns medicamentos hepatotóxicos.
CONCLUSÃO: As elevações das transaminases hepáticas são comuns em pacientes com COVID-19, resultantes de efeitos hepáticos e extra-hepáticos. Além disso, essas alterações durante a admissão dos pacientes são associadas à necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e a um pior prognóstico.