INTRODUÇÃO: Na COVID-19 menos de 5% das crianças exibem quadros críticos. Contudo, recentemente, foi reconhecida a Síndrome Multissistêmica em Crianças (MIS-C), causada pelo vírus, com envolvimento de múltiplos órgãos, apresentando características clínicas semelhantes às alterações da doença de Kawasaki (KD). OBJETIVO: Analisar a literatura científica atual a fim de documentar, por meio de revisão integrativa, os principais achados que relacionam a doença de Kawasaki (DK) às alterações inflamatórias ocasionadas pela doença do coronavírus (SARS-CoV-2). MÉTODO: O trabalho é uma revisão integrativa da literatura, produzida durante o mês de maio de 2021, através da busca ativa nas bases dados IBECS, MEDLINE, LILACS e BINACIS, por meio dos descritores: Síndrome de Linfonodos Mucocutâneos, Infecções por Coronavirus e SARS-CoV-2. Foram incluídas obras publicadas em língua inglesa, espanhola e portuguesa, dos últimos cinco anos, com textos disponibilizados na íntegra, resultando em 173 publicações. Os critérios de exclusão foram trabalhos não disponíveis na íntegra, duplicatas e outras revisões bibliográficas. Após avaliação dos resumos, 17 obras foram elegíveis para apreciação completa. Destas, sete estudos atenderam aos critérios de inclusão. RESULTADOS: A DK, principal causa de cardiopatia adquirida na infância, acomete principalmente menores de 5 anos. Diante de estudos científicos sobre a MIS-C associada ao SARS-CoV-2, o diagnóstico diferencial com formas graves da DK deve ser prontamente estabelecido, visto que os sinais, sintomas e desfecho são parecidos. Mesmo com a crescente de casos, pouco se sabe sobre os aspectos infecciosos, clínicos e epidemiológicos relacionados a COVID-19, na população pediátrica. Foi visto que, a hiperinflamação do coronavírus pode levar ao aparecimento da DK em sua forma grave, com evolução dos pacientes para insuficiência respiratória, choque, coagulopatia e lesão renal. CONCLUSÃO: Apesar da similaridade clínica e possível correlação entre a MIS-C e a DK, tratam-se de entidades patológicas distintas. Embora as crianças correspondam a menos 3% dos infectados na pandemia, a presente revisão estimula maiores investigações sobre o tema a fim de prover melhores práticas clínicas.
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