Introdução: O ácido fólico é uma vitamina do complexo B que possui papel fundamental no desenvolvimento embrionário, tendo participação na metilação do DNA fetal. Recentes estudos têm pautado discussões, sobre a relação desse composto com o surgimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Objetivo: Identificar estudos que avaliaram a associação do uso de ácido fólico durante o período gestacional e o desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista durante a infância. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura nas fontes de informação em saúde: Literatura Latino Americana e do Caribe (LILACS), Scientific Eletronic Library (Scielo), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Portal de Periódicos da CAPES, de estudos publicados nos últimos 5 anos. Foram utilizadas as palavras-chave “autismo”, “ácido fólico” e “gravidez” e seus correspondentes em inglês. Os critérios de inclusão foram: estudos originais com dados primários, disponíveis na íntegra eletronicamente, nos idiomas inglês e português, publicados desde 2015 e que avaliaram a associação da suplementação do ácido fólico durante o período gestacional e o desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista. Resultados: A maioria dos estudos indicaram que a suplementação de folato, nos níveis recomendados, entre a quarta e a oitava semanas gestacionais, esteve associada a uma redução das taxas de desenvolvimento do TEA. Isso se deve, possivelmente, ao papel epigenético e regulatório do ácido fólico nas vias de metilação de proteínas, fosfolipídios, DNA e neurotransmissores do feto. Além disso, filhos de mães que fizeram a suplementação adequada de folato, perigestacional, apresentaram uma quantidade reduzida de traços autistas. Todavia, três estudos, entre os trabalhos analisados, demonstraram que concentrações acima de dez vezes superiores aos níveis recomendados , devido a motivos ainda desconhecidos, podem estar relacionadas a um aumento das chances de surgimento de Transtorno do Espectro Autista. Conclusão: Este estudo demonstrou que os benefícios da suplementação com ácido fólico superam os riscos no que diz respeito ao desenvolvimento de TEA. Entretanto, mais estudos são necessários para correlacionar a concentração e o tempo de uso do folato ao desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista.
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