Introdução A infecção pelo novo coronavírus emergiu inúmeras preocupações e mudanças nos diversos setores, econômicos, sociais, culturais, educacional e sobretudo no âmbito da saúde, sendo considerado emergência em saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em janeiro de 2020. Objetivo Relatar a atuação da psicologia nas unidades de tratamento (UTI e enfermaria) para casos suspeitos e confirmados de COVID-19 de um hospital pediátrico, apresentando a realidade das unidades, bem como refletindo sobre os desafios e possibilidades da psicologia hospitalar no cenário de pandemia. Método O presente estudo caracteriza-se como qualitativo, na modalidade relato de experiência, acerca da atuação da Psicologia em unidades de referência para pacientes com suspeita/ confirmação para COVID-19, em um hospital filantrópico pediátrico, maior no Norte e Nordeste, localizado na cidade de Salvador-BA. Durante o período da pandemia, tornou-se o hospital referência para recebimento de pacientes pediátricos com diagnóstico confirmado ou suspeito de COVID-19, destinando uma UTI pediátrica (10 leitos) e uma enfermaria (21 leitos) para assistência desses pacientes. Estas unidades contam com uma equipe multiprofissional. Resultados Foi criado pelo hospital um plano de contingenciamento para evitar disseminação do COVID-19. Dentre as ações, a contra indicação de troca de acompanhante; a suspensão de visitas; a restrição da circulação de paciente e acompanhante fora das unidades de tratamento. Destaca-se que, por serem crianças, pacientes seguiram acompanhados por um adulto responsável. Foram pensadas estratégias para minimizar o sofrimento de pacientes e familiares durante o internamento, a partir de práticas que reforçam os princípios e diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH). No Serviço de Psicologia foram construídos fluxos e materiais para nortear a atuação profissional de tais práticas, incluindo orientações quanto à visita virtual, teleatendimento, psicoeducação, bem como fluxo de suporte a óbito. Conclusão Nas unidades de referência para COVID-19 foi fundamental a atuação da psicologia, levando em conta o sofrimento causado pelos significantes do adoecimento e isolamento e dando espaço às subjetividades. Ademais, emergiu a necessidade de realizar novas práticas e intervenções psicológicas.
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