INTRODUÇÃO: A Mitomicina C é utilizada em cirurgias oftalmológicas desde 1983. Essa substância é um antimetabólito alquilante que se liga ao DNA e acarreta na inibição da síntese do material genético e diminuição do processo mitótico, contribuindo para cicatrização do tecido alvo sem exacerbação fibroblástica. OBJETIVO: Revisar e comparar os benefícios do uso da Mitomicina (MMC) em cirurgias oftalmológicas VS os malefícios do uso exagerado dessa substância, baseando-se em cirurgias fotorrefrativas e avaliando, principalmente, os ganhos no processo de cicatrização oftalmológica do paciente. MÉTODO: A pesquisa bibliográfica foi realizada após a identificação dos descritores pela plataforma Decs, sendo eles: Ceractomia Fotorrefrativa, Mitomicina e Procedimentos Cirúrgicos Oftalmológicos. Por esses descritores e utilizando-se os operadores Booleanos “AND” e “OR”, na Plataforma Pubmed, com filtros de trabalhos científicos dos últimos cinco anos obteve-se dezenove resultados. Destes, oito foram selecionados a partir do Abstract e oito foram excluídos, pois estavam fora da temática de escopo. Dos oito selecionados, foi realizada a leitura completa e destes, três foram incluídos para confecção da revisão literária. RESULTADOS: A Mitomicina C é considerada um antineoplásico que se liga ao material genético e atenua a síntese de DNA/RNA, reduzindo o processo mitótico e a proliferação celular. Essa atenuação têm benefícios na cicatrização de uma cirurgia oftalmológica, uma vez que impede a exacerbação tecidual pelo aumento exagerado de fibroblastos e resultados negativos, como queloide. O uso tornou-se frequente em cirurgias como a Cirurgia Fotorrefrativa, em razão de sua ação deletéria sobre as células do estroma corneano, os miofibroblastos, que em situações sem o uso da Mitomicina C, ocasionariam opacidade corneana. No entanto, ainda persistem dúvidas quanto à segurança desse uso a longo prazo, pois a utilização exagerada pode ocasionar hipotonia, bolha avascular e infecções oftalmológicas. CONCLUSÃO: Embora o uso da Mitomicina C seja eficaz e relativamente seguro a curto e médio prazo, a aplicação deve ser realizada após uma avaliação clínico/cirúrgica individual do paciente, haja vista que não há comprovações científicas que descartem a possibilidade de danos visuais futuros.
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