INTRODUÇÃO: Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (2017), 74% das mulheres brasileiras privadas de liberdade são mães. Apesar da existência de Políticas Nacionais para proteção desse grupo, há falhas de execução, que geram maior risco de desenvolvimento de transtornos mentais. OBJETIVO: Revisar estudos acerca da negligência da saúde mental de mães encarceradas. MÉTODO: Revisão integrativa de artigos publicados entre 2015 e 2021 nas bases de dados LILACS e BDENF - Enfermagem, em português, a partir das palavras-chaves "Mães", "Prisões", "Brasil", "Saúde Mental" obtidas dos Descritores em Ciências de Saúde (DeCS). RESULTADOS: A saúde mental é reflexo das condições de vida do indivíduo encarcerado, premissa importante para mães privadas de liberdade, visto que os ambientes planejados para homens foram pouco adaptados. O afastamento compulsório da prole e a escassez de visitas geram sentimentos de solidão, culpabilização e dor e, assim, o risco do desenvolvimento de depressão, transtornos de ansiedade, automutilação e ideações suicidas se intensifica. A falta de visitas íntimas pode acarretar transtornos de personalidade secundários à falta de apego e de apoio emocional, levando ao desenvolvimento de personalidades alternativas masculinas dominantes. Ademais, o preconceito, negligência e despreparo dos profissionais e o ambiente hostil das penitenciárias degradam ainda mais a qualidade de vida dessas mães. CONCLUSÃO: Mesmo com grande incidência de transtornos mentais, há uma marcante carência de pesquisas científicas e dados para aprofundamento desse assunto. E existe um déficit assistencial, principalmente psiquiátrico, culminando em subdiagnóstico e subtratamento desses distúrbios.
Palavras-chave: Mães. Prisões. Brasil. Saúde Mental.
Comissão Organizadora
Comissão CIS
Comissão Científica