Introdução: Com o advento da pandemia de COVID-19, foram desenvolvidas diversas medidas sanitárias de distanciamento social para a redução da transmissão e prevenção da doença. Desse modo, foi observada uma diminuição expressiva do comparecimento presencial aos serviços de saúde durante a pandemia. Objetivo: Avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 na cobertura vacinal do Brasil durante os anos de 2020 e 2021, comparando dados epidemiológicos registrados dentro e fora do contexto pandêmico. Método: Trata-se de um estudo observacional e transversal, realizado a partir de dados secundários extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). Foi avaliada a taxa de cobertura vacinal do Brasil por Região e por imunobiológico entre os anos de 2018 a 2021. Além disso, foi realizada uma revisão na literatura de forma sistemática em bases de dados nacionais e internacionais. Os portais de pesquisa usados foram: Google Acadêmico, PubMed, SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde e utilizaram-se as palavras-chave “Pandemia”, “COVID-19”, “Vacina”, “Saúde Pública” e “Epidemiologia”. Resultados: No período em análise, observou-se uma queda considerável na taxa de cobertura vacinal em todas as Regiões do país, sobretudo na região norte e entre os anos de 2019 e 2020. Ademais, verifica-se que, em relação aos anos anteriores à pandemia de COVID-19, houve um declínio significativo nas coberturas vacinais principalmente de vacinas do primeiro ano de vida, aumentando, dessa forma, a suscetibilidade de crianças a doenças imunopreviníveis. Outrossim, os artigos avaliados demonstram que crianças com grande vulnerabilidade econômica foram as mais afetadas no que tange a cobertura vacinal durante a pandemia. A literatura destaca ainda que a redução da cobertura vacinal pode contribuir para o surgimento de surtos de inúmeras doenças evitáveis por vacinas como o sarampo, por exemplo. Conclusão: Os achados analisados indicam que a pandemia de COVID-19 tem sido um grande desafio para estabelecer o pleno funcionamento de serviços essenciais de saúde e tem impactado diretamente nas taxas de cobertura vacinal do Brasil.
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