INTRODUÇÃO:
No Distrito Federal já foram registrados mais de 8.400 óbitos por COVID-19. Nesse contexto, a proporção de cada faixa etária no total de óbitos se manteve constante durante o ano de 2020, contudo a vacinação paulatina dos grupos prioritários modificou essa tendência em 2021.
OBJETIVO:
Este trabalho tem o propósito de analisar a redução proporcional do número de óbitos causados por COVID-19, na faixa etária de 80 anos ou mais, quando comparada com as demais faixas etárias, desde o início da vacinação contra SARS-CoV-2 no Distrito Federal.
MÉTODO:
Realizou-se um estudo transversal dos óbitos por COVID-19, ocorridos no Distrito Federal, no primeiro quadrimestre de 2021. Os dados coletados foram retirados dos boletins diários de óbitos notificados no Distrito Federal em 2021, postados diariamente no site da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, os quais apresentam dados referentes à faixa etárias, unidade da federação de residência, local onde ocorre o óbito e presença ou ausência de comorbidades. Dessa forma, realizou-se uma análise da variação proporcional de óbitos da faixa etária acima de 80 anos em relação a amostragem total.
RESULTADOS:
Analisando a quantidade absoluta de óbitos por COVID-19 ocorridos na faixa acima de 80 anos entre janeiro e abril de 2021 ocorreu um aumento absoluto de 93 para 180. No mesmo período, o número de mortes por COVID-19 aumentou de 293 para 1769, um aumento de 504%. Portanto, a proporção de mortes da faixa etária de 80 anos ou mais caiu de 32% em janeiro para 10% em abril, demonstrando uma maior proteção presente nessa faixa etária devido a ordem de vacinação por idade. Outra análise utiliza-se a faixa etária de 50 a 59 que até abril ainda não estava plenamente imunizada, ocorrendo um aumento absoluto de 40 para 355 entre janeiro e abril, impacto da baixa imunização dessa faixa etária. O aumento percentual de mortes para essa faixa etária no período foi de 777%, 273% acima da média.
CONCLUSÃO:
Considerando constante a proporção de mortes entre faixas etárias sem a vacinação, se o aumento de óbitos entre janeiro e abril foi de 1476, o aumento entre a população acima de 80 anos seria por volta de 468, díspar dos 87 registrados. Assim, cerca de 381 vidas foram salvas dentre essa população