Perfil Clínico-epidemiológico da Sífilis Gestacional e Congênita no Estado do Piauí

  • Autor
  • Sangella da Silva Soares
  • Co-autores
  • Alaíde Silva Lemos , Amanda Caroline Carneiro D'Albuquerque , Letícia Thayná Nery da Silva Viana , Samara Fernanda Vieira Valença
  • Resumo
  •  

    INTRODUÇÃO:

    Sífilis é um problema de saúde pública de difícil controle, com transmissão sexual ou congênita. A obrigatoriedade de notificação compulsória em grávidas objetiva conhecer o estado sorológico para iniciar a terapêutica materna precoce, visando evitar a infecção congênita do Treponema pallidum.

    OBJETIVO:

    O objetivo do estudo é traçar o perfil epidemiológico dos casos notificados de sífilis gestacional e congênita no período de 2014-2019 no estado do Piauí, a fim de nortear políticas públicas.

    MÉTODO:

    Trata-se de um estudo descritivo, com base nas fichas de notificação compulsória do Sistema de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN). O local de estudo é o estado do Piauí no período de 2014-2020, sendo excluídos casos duplicados encontrados a partir da análise do SINAN. Foram avaliadas as variáveis sociodemográficas materna, realização ou não de pré-natal, dados obstétricos e do tratamento, clínica e laboratório em recém-nascidos. Realizou-se tabulação e análise estatística descritiva simples no programa Microsoft Office Excel. O trabalho é isento de passar pelo Comitê de Ética e Pesquisa em concordância com a resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Pesquisa.

    RESULTADOS:

    Entre os citados anos, foram identificados 3008 casos de sífilis gestacional e 2354 casos de sífilis congênita, havendo um aumento progressivo e significativo de casos durante esses anos. Ao serem analisadas as características sociodemográficas, notou-se uma prevalência de gestantes na faixa etária entre os 20-29 anos (50,1%), de cor parda (72,5%), com o ensino fundamental maior incompleto (23,4%), e com diagnóstico no 3º trimestre de gestação (42,18%), foi prevalente a classificação clínica de sífilis latente (34,8%). Com relação aos casos de sífilis congênitas, 85,5% das mães realizaram o pré-natal, porém apenas 3,31% realizaram o esquema de tratamento de forma adequada.

    CONCLUSÃO

    Apesar de possuir uma taxa de sífilis gestacional inferior às taxas nacionais, o índice de sífilis congênita no Piauí é significativamente alta, o que denota falha ou ausência de notificações, além de apontar para a necessidade de medidas que promovam adesão ao pré-natal e ao tratamento correto.

     

  • Palavras-chave
  • Sífilis Congênita, Infecções por Treponema, Gestantes, Notificação de Doenças Infecciosas.
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