A PREVENÇÃO DA ANEMIA FERROPRIVA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
A anemia ferropriva (AF) constitui o tipo mais comum de anemia, com elevada prevalência em âmbito global, destacando-se os países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Esse tipo de anemia, é resultado de um conjunto de fatores etiológicos, entre eles: a baixa ingesta do mineral ferro (principalmente o heme, de origem animal); condições precárias de saneamento básico; baixas condições socioeconômicas e doenças infecto parasitárias, as quais predispõe à perda crônica de sangue. A AF pode afetar o sistema imunológico e está associado a complicações no desenvolvimento neuropsicomotor e ao aumento das taxas de mortalidade infantil.
No contexto da escassez metabólica do ferro, certos grupos populacionais estão mais suscetíveis à essa deficiência, como mulheres em idade fértil, crianças entre 6 meses e 5 anos de idade, adolescentes do sexo feminino, gestantes e até mesmo indivíduos que residem em países subdesenvolvidos. Dessa forma, para diminuir a incidência de AF na população, torna-se necessária a implantação de medidas profiláticas, principalmente as que contemplem uma dieta com níveis adequados de ferro, começando desde o neonato com o aleitamento materno exclusivo, oferecendo quantidades suficientes desse mineral até o terceiro mês de vida.
O presente estudo foi feito por meio de uma revisão de literatura integrativa. Para tal, utilizaram-se da base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scielo e Pubmed, artigos, no período de 2010 a 2020. Por meio da literatura analisada é constatado que a associação entre suplementação de ferro, educação alimentar e fortificação de alimentos são importantes estratégias na prevenção da anemia ferropriva, e que a substituição do aleitamento pelo consumo do leite de vaca é um importante fator de risco para o estabelecimento da AF. Nesse contexto, considerando a alta prevalência dessa deficiência nos lactentes, o Ministério da Saúde do Brasil, criou, em 2005, o Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF). Este programa vem sendo implementado nos diversos municípios brasileiros e consiste na suplementação profilática com xarope de sulfato ferroso a partir dos 3 meses de vida, visando reduzir comorbidades associadas à essa carência. Além disso, a AF no adulto possui variáveis como a influência de fatores fisiológicos, carenciais e comorbidades associadas que se tornam preponderantes para o aparecimento da doença. Em mulheres, devido a exposição a condições como gravidez e menorragia podem também cursar com a carência de ferro.
Contudo, as condições nutricionais, socioeconômicas, medicações e as particularidades de cada paciente, tornam a anemia ferropriva uma patologia multifatorial que necessita de um olhar mais amplo sobre a implantação, o curso e resolução do quadro da doença. Por se tratar de uma patologia recorrente em países pobres, a conduta sobre a prevenção da AF deve ser rápida na detecção da carência de ferro e eficaz na suplementação desse mineral, através de medidas que instruam a população a respeito dos riscos e malefícios de uma dieta pobre em ferro e demonstrem quais alternativas podem ser utilizadas para suprir a necessidade de ingesta diária.
Palavras-chave: Anemia ferropriva. Deficiência de ferro. Prevenção.
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