Possibilidade de remissão de diabetes mellitus tipo 2.
Introdução: O Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) é uma doença crônica, cuja prevenção relaciona-se aos fatores dietéticos, visto que atua diretamente sobre o peso e o conjunto metabólico. Majoritariamente, as diretrizes para diabetes recomendam o uso de fármacos posteriormente às mudanças alimentares e à prática de atividades físicas, ponto muitas vezes negligenciado na recomendação médica. Objetiva-se, assim, elucidar a fisiopatologia básica, dietas e cirurgias, a fim de traçar estratégias para a remissão do DM2 e proporcionar saúde e longevidade ao paciente. Método: O estudo foi realizado através de pesquisas de artigos científicos nas bases de dados SciELO, PubMed, Periódico CAPES e Google Acadêmico, além de revistas como a Revista Eletrônica Biociências, Biotecnologia e Saúde e a Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Foram selecionados 25 artigos, dos últimos 11 anos, sendo que 9 desses artigos foram escolhidos para o estudo. Resultados: Um dos principais agentes responsáveis pelo desenvolvimento da DM2 é o acúmulo de tecido adiposo, o qual é considerado um órgão endócrino pela alta atividade metabólica. Nesse sentido, há situações em que ocorrem alterações funcionais, como diminuição da capacidade de armazenamento de gordura subcutânea ou redução dos níveis de adiponectina, que regula o metabolismo de glicose de lipídeos. Esses níveis diminuídos de adiponectina são observados com o aumento do tecido adiposo como na obesidade, levando ao desenvolvimento do DM2. Desse modo, tem-se como a remissão da DM2, uma diminuição dos níveis glicêmicos e da hemoglobina A1c (HbA1c) abaixo daqueles considerados patológicos, quando em ausência de medicações que façam o seu controle. Em primeiro plano, as dietas Low-Carb High-Fat (LCHF), se relacionam com a baixa ingestão de carboidratos somado ao alto consumo de gorduras e proteínas. Dessa maneira, é observado que elas geram efeitos consideráveis para diminuição de peso corporal, sensibilidade à insulina, redução dos níveis e das oscilações da glicemia em jejum, minimização dos riscos cardiovasculares e hiporexia, contribuindo, assim, para a remissão da DM2. Outrossim, também pode ser utilizada a dieta hipocalórica, e sua adesão assegura a diminuição de aproximadamente 30% de gordura localizada, sendo responsável por normalizar a sensibilidade insulínica hepática. Em segundo plano, a cirurgia bariátrica é muito recomendada para pacientes com DM2, logo, esse procedimento pode ser realizado através do by-pass gástrico Roux-en-Y laparoscópico e robótico (RYGB) e da gastrectomia vertical (SG), os quais viabilizam a menor absorção gastrointestinal e a restrição intestinal. Consoante a isso, foi concebido que o RYGB tem o potencial de modular a sensibilidade à insulina e melhorar a funcionalidade das células beta pancreáticas, pois recupera a secreção do hormônio em resposta ao estímulo incretínico. Portanto, resultados positivos posteriores dependem da cirurgia que será realizada, do paciente ser hígido, da adesão de mudanças comportamentais e dietéticas, e de monitorização constante. Mesmo com numerosos benefícios, é visto que esses procedimentos também podem cursar com algumas consequências, podendo ter vazamento anastomótico ou hemorragia, necessidade de reoperação, hipoglicemia pós-operatória, agravamento do refluxo ácido e deficiência de micronutrientes.
Palavras-chave: Alimentação; Diabetes tipo2; Cuidados integrais de saúde.
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