INTRODUÇÃO: O atual modelo de ensino que é exigido pelas faculdades de medicina, compromete bastante os estudantes tanto no âmbito intelectual quanto emocional. Aproximadamente, 60% dos acadêmicos sofrem com depressão, o que é um enorme fator de risco para o suicídio, uso de drogas e alcoolismo. Por mais, isso já acontece antes de conseguir a vaga, sendo que estudantes passam por um longo período de estresse devido à alta concorrência. Ademais, ao adentrar no curso, passam por inúmeras mudanças, como a troca de cidade, rotina e o afastamento dos pais. Além da depressão, foram evidenciados outros transtornos mentais, como o distúrbio do sono e alimentar. O objetivo desse trabalho foi discorrer acerca dos transtornos psíquicos adquiridos pelos estudantes de Medicina. MÉTODOS: O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica. Para tal, pesquisou-se palavras chaves “carga horária das faculdades”, “sono”, “ansiedade”, “depressão”, “síndrome de burnout”, “transtornos mentais”, “estresse” e “acadêmicos de medicina”, utilizando as bases de dados SciELO e PubMed, além da Revista Medica de Minas Gerais (RRMG), Revista de Medicina e Saúde de Brasília (UCB), Revista Interdisciplinar Ciências Médicas (RICM), Revista Arquivos Catarinenses de Medicina (ACM) e trabalhos de conclusão de pós-graduação Stricto Sensu da USP. Filtrou-se 16 artigos em língua portuguesa e inglesa, publicados no período de 2005 a 2019 e selecionou-se os trabalhos relevantes ao tema. DISCUSSÃO E RESULTADOS: Primeiramente, nota-se o prejuízo no padrão ciclo-vigília dos discentes de Medicina, que decorre de intensas horas dedicadas às atividades acadêmicas. Desse modo, o dano ao sono do estudante não se restringe à privação deste, sendo encarado como desencadeante de diversos distúrbios, como a insônia, que impacta negativamente na qualidade de vida do aluno. Padrões excessivamente ansiosos são percebidos no cotidiano do acadêmico de Medicina. Esse fato desdobra-se em um contexto de extrema pressão, haja vista a necessidade lidar com patologias, óbitos, onde exige-se ser humano com o próximo, mas não consigo mesmo. Não obstante, dedicar-se integralmente à formação acadêmica, priva que os alunos possam desenvolver outras habilidades, em detrimento de aterem-se às matérias convencionais. Outrossim, destaca-se a prevalência de sintomas depressivos em discentes de Medicina, principalmente nos primeiros e últimos anos de faculdade. Isso ocorre, pela mudança na conformação da rotina, ao iniciar a formação acadêmica, e durante o curso, pela pressão do exercício da profissão. Posteriormente, os acadêmicos lidam com processos avaliativos exaustivos, a fim de serem aprovados em programas de residência. Ademais, fatores passíveis de desencadear a Síndrome de Burnout são frequentemente percebidos na rotina dos alunos, tais quais experiências de esgotamento e recorrentes episódios de estresse. Nesse viés, esse transtorno multifatorial tem como pilares a exaustão emocional, despersonalização e a ineficácia profissional, sendo assim, diversos discentes se enquadram no grupo susceptível ao desenvolvimento dessa patologia. CONCLUSÃO: Portanto, conclui-se que a presença de transtornos psíquicos em acadêmicos de Medicina é bastante prevalente e merece atenção, visto que os estudantes são cobrados intelectual quanto emocionalmente, predispondo sintomas depressivos e patologias decorrentes da rotina estressante.
Palavras-Chave: "transtornos psíquicos"; "depressão"; "acadêmicos de medicina"
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