INTRODUÇÃO: A histerectomia pós-parto de emergência (HPPE) é a remoção do útero após o parto, indicada principalmente em casos de hemorragia incontrolável, uma das principais causas de óbito materno. A hemorragia pós-parto representa cerca de 30% das mortes maternas e poderia ser evitada com diagnóstico e tratamento rápidos. Principais causas incluem atonia uterina e acretismo placentário. HPPE é realizada após falha de medidas não cirúrgicas. A incidência varia, sendo maior em países subdesenvolvidos. A HPPE pode causar menopausa precoce e impacto na saúde emocional e física, incluindo diminuição da libido e ganho de peso. Complicações incluem necessidade de transfusões e internação no centro de terapia intensiva (CTI). OBJETIVO: Abordar esse tema, focando nos fatores de risco, sinais, protocolos e indicações da HPPE. METODOLOGIA: Esta revisão integrativa analisou 734 artigos das bases SciELO, PubMed e LILACS, com 20 estudos selecionados. Incluiu trabalhos em inglês, português e espanhol sobre histerectomia, pós-parto e emergência. Foram considerados revisões, estudos de coorte, caso-controle, ensaios clínicos e diretrizes. Estudos alinhados com o tema e critérios de inclusão foram mantidos, enquanto outros foram excluídos. A seleção seguiu um protocolo padronizado para garantir qualidade e minimizar vieses. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A hemorragia pós-parto (HPP) pode ser primária ou secundária. A HPP primária ocorre nas primeiras 24 horas após o parto e é geralmente causada por atonia uterina, problemas com a placenta, inversão uterina, lacerações no canal de parto e distúrbios de coagulação. A HPP secundária ocorre após 24 horas, podendo estender-se até seis semanas, com causas comuns como infecção puerperal, retenção de tecidos placentários e distúrbios de coagulação. Identificar fatores de risco desde o pré-natal até o pós-parto é crucial para prevenir a mortalidade materna. Fatores de risco antes do parto incluem histórico de HPP, placenta prévia, distensão uterina, hipertensão na gestação e macrossomia. Durante o parto, fatores de risco são trabalho de parto prolongado, lacerações vaginais graves e descolamento prematuro da placenta.As causas da HPP são classificadas em quatro categorias principais: atonia uterina (70%), trauma (19%), problemas com o tecido placentário (10%) e coagulopatias (1%). Atonia uterina, a principal causa, ocorre devido à contração inadequada do útero após o parto, resultando em sangramento contínuo. Inversão uterina e placenta acreta também são causas significativas de HPP, exigindo intervenções específicas. O manejo da HPP deve ser preciso e direcionado à causa. Medidas incluem administração de ocitocina e ácido tranexâmico, massagem uterina bimanual, balão de tamponamento intrauterino e, em casos graves, traje antichoque não-pneumático. A histerectomia emergencial pode ser necessária para cessar hemorragias intratáveis, com indicações e técnicas específicas conforme a condição clínica da paciente. CONCLUSÃO: A histerectomia pós-parto emergencial é indicada quando todas as tentativas de controle do sangramento uterino falham, sendo a atonia uterina a principal causa. Pode levar a alterações como amenorreia e redução da libido. Requer acompanhamento ginecológico contínuo e pode ter complicações sérias, necessitando de um médico experiente. Faltam estudos específicos no Brasil.
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Ananda Coelho
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