Introdução: As estatinas são reconhecidas como fármacos de primeira linha para tratar dislipidemias. Entretanto, parcela substancial dos pacientes não atingem os níveis lipídicos recomendados devido aos sintomas musculares associados às estatinas, logo, torna-se necessária a adição de agentes não estatinas na terapia. Diante disso, o ácido bempedóico surge como alternativa terapêutica para tais pacientes, já que reduz os níveis circulantes de LDL. Ademais, apesar de atuar na mesma via das estatinas, a falta da enzima ativadora (ATP-citrato liase) no músculo esquelético pode prevenir os efeitos adversos musculares relacionados às estatinas. Objetivo: Avaliar a eficácia do ácido bempedóico em pacientes com alto risco cardiovascular recebendo terapia hipolipemiante máxima tolerada com estatinas. Metodologia: Realizou-se uma revisão de literatura, utilizando a base de dados Medline (via PubMed) com a chave de busca “Bempedoic acid” AND “Statins” AND “Cholesterol”. Os trabalhos foram selecionados de acordo com os critérios de inclusão: estudos relacionados ao uso de ácido bempedóico em pacientes com intolerância a estatinas, nos últimos dez anos. A seleção foi realizada por leitura de títulos, resumos e artigos na íntegra. Resultados: Foram levantados 116 artigos dos quais 108 excluídos pela leitura do título e resumo, e 8 artigos foram lidos na íntegra e selecionados para presente revisão. Estudos apontam o menor potencial de efeitos adversos no sistema cardiovascular com a administração do ácido bempedóico em pacientes hiperlipidêmicos em contraste aos que usam estatinas. Conclusão: Dessa forma, constatou-se que os sintomas musculares associados às estatinas contribuem para o aumento da não adesão ou descontinuação do tratamento. Assim, o ácido bempedóico oferece uma opção terapêutica segura e eficaz para redução de lipídios em pacientes que não toleram estatinas, além de minimizar os riscos do aparelho cardiovascular. Todavia, mais pesquisas são necessárias para avaliar a durabilidade e o efeito clínico, bem como a segurança a longo prazo.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida