Introdução: O uso de tabaco tem sido associado ao desenvolvimento do diabetes e às suas complicações micro e macrovasculares, sendo esse uso um dos mais importantes fatores modificáveis causadores de doença arterial periférica. Objetivo: Conhecer os possíveis efeitos do tabaco na angiopatia diabética. Metodologia: Foram realizadas buscas em três bases de dados bibliográficas - PubMed, Scielo e LILACS, sendo excluídos trabalhos duplicados, e selecionados aqueles publicados entre 2018 e 2022. Não houve restrição de idioma, porém após a pesquisa retornar poucos trabalhos, optou-se pela busca por termos livres, sem o uso de descritores. Desse modo, foi recuperada uma maior quantidade de referências, o que propiciou a detecção da maior parte dos trabalhos publicados dentro dos critérios escolhidos. Resultados: É descrito que tabagistas crônicos possuem um enfraquecimento na vasodilatação em resposta a diferentes estímulos microvasculares na pele, sobretudo aqueles endotélio-dependentes, o que diminui ainda mais fluxo sanguíneo na microcirculação de diabéticos, que já é reduzido. A fumaça proveniente de cigarros possui radicais livres e componentes que atuam como agentes oxidantes e influenciam no estresse oxidativo das células dos vasos sanguíneos, o que pode inclusive levá-las à morte por apoptose. Esse comprometimento vascular está diretamente associado à duração e à intensidade de fumar, no qual é verificado que o uso agudo de tabaco causa ativação do sistema adrenérgico, provoca vasoconstrição, e promove maiores reduções do fluxo de sangue e da tensão de oxigênio tecidual. Além disso, fumantes passivos e crianças expostas de forma prolongada ao cigarro também correm o risco significativo de desenvolverem angiopatias, como placas ateroscleróticas nas carótidas, que surgem ainda no início da idade adulta. Comparado com àqueles sem exposição, o risco é duas vezes maior. Conclusões: Como demonstrado, a coexistência entre tabagismo e diabetes eleva o risco de angiopatias, de doenças cardiovasculares, e dos malefícios à circulação. Torna-se de vital importância o preparo da equipe de saúde para demonstrar tais riscos aos pacientes e enaltecer que o correto manejo dessas comorbidades irá otimizar o controle metabólico, melhorando assim os cuidados com a saúde.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida