Introdução: Os agrotóxicos são químicos sintéticos utilizados na agricultura para combater vetores, como insetos, fungos, ervas, entre outros. Todavia, a aplicação de defensivos agrícolas na produção alimentícia está associada a efeitos carcinogênicos, de modo que se vigora como problema de saúde pública. Esta situação requer medidas de controle pelas agências de vigilância, pois dependendo do potencial cancerígeno e concentração do agrotóxico no alimento poderá se instalar, silenciosamente, problemas de saúde graves, uma vez que nas últimas décadas ocorreu um incremento de agrotóxico nos alimentos de consumo no Brasil. Objetivos: Descrever os efeitos à saúde do brasileiro, devido a utilização de agrotóxicos na produção alimentícia, caracterizando o potencial carcinogênico e mutações gênicas associadas. Métodos: Estudo descritivo, quali-quantitativo, de caráter epidemiológico e retrospectivo. Os dados públicos utilizados no estudo foram do banco da Agência Nacional de Vigilância Sanitária(ANVISA). Foram considerados os critérios de inclusão: agrotóxicos causadores de câncer ou mutações que levam ao câncer, liberados no Brasil e com níveis consideráveis de toxicidade; e os critérios de exclusão: Agrotóxicos que causam respostas fisiológicas discrepantes com as observadas em humanos e proibidos no Brasil. Durante a elaboração da pesquisa foi preciso ler bula a bula as quais foram obtidas da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná. Resultados: Dos 196 agrotóxicos pesquisados 20 possuem elevado potencial carcinogênico, um é indutor direto de câncer e dois indutores indiretos, sete não possuem dados suficientes. Dois causam câncer quando observados em animais, porém sem histórico de mesmo potencial em humano; sete são sugestivos de câncer, um é sugestivo, porém sem término da pesquisa, 12 são provavelmente cancerígenos. Dentre o total, 144 não têm relação com o câncer. Dos que estão relacionados de algum modo com o câncer ou não possuem dados suficientes 12 são classe I de toxicidade, dez classe II, sete classe III, nove classe IV e 14 classe V e um não encontrado. Conclusões: Defensivos agrícolas de referência na ANVISA têm grandes potenciais carcinogênicos, são muito nocivos e de uso proibido em instituições sanitárias, no mundo, mas não no Brasil. Vários defensivos estão relacionados a mutações, mas não necessariamente ligadas ao câncer.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida
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