Introdução: Conforme a Organização Mundial de Saúde, cuidados paliativos compreendem a assistência ativa e integral a pacientes cuja doença não responde ao tratamento curativo. Logo, entende-se que essa filosofia do cuidar, visa promover a qualidade de vida do paciente e seus familiares através da prevenção e alívio do sofrimento e enxerga a morte como uma continuação humana e natural. Todavia, é recente no Brasil, tornando-se área de atuação apenas em 2011. Assim, a formação médica sobre o tema é precária, conduzindo a lacunas a respeito das questões éticas, que enfrenta o obstáculo de levar em consideração a dignidade humana ante a proximidade da morte para além da dimensão físico-biológica e da perspectiva médico-hospitalar. Objetivos: Abordar o raso conhecimento médico no que se refere à ética e aos cuidados paliativos. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática, realizada nas bases de dados Pubmed, Lilacs, Scielo e Google acadêmico, com a estratégia de busca “cuidados paliativos AND ética médica AND atitude frente à morte” em outubro de 2022. Foram incluídos artigos publicados entre os anos de 2012 a 2022, em todos os idiomas. Os critérios de exclusão foram artigos não relacionados à temática. Resultados: Um total de 139 artigos foram encontrados, dos quais apenas 14 atenderam aos critérios. Embora a medicina paliativa ocupe uma relevância crescente, muitos médicos não sabem lidar com o paciente em fase terminal, reconhecer os sintomas e administrar esta situação de maneira humanizada e ativa. Isso ocorre, pois as questões em torno da morte ainda constituem um tema tabu. Além do mais, a não obrigatoriedade desse modelo de cuidado nos currículos das escolas médicas pelo Ministério da Educação leva ao não conhecimento de princípios éticos, como a autonomia do doente, bem como a ausência de política nacional de cuidados paliativos e a carência de serviços e programas especializados são fatores que dificultam a prática do paliativismo. Conclusões: Considerando o conhecimento precário sobre a temática, é fundamental nos dias atuais a vivência dos cuidados paliativos durante a formação médica, visando tornar o processo de terminalidade humana algo natural e que propicie ao paciente um processo de morrer digno.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida