Introdução: O sono é conhecido por ser um estado de restauração da homeostase do organismo humano. Durante o período de repouso a redução da atividade biológica permite o ajuste das funções fisiológicas, de acordo com o ritmo circadiano. Entre esses ajustes, estão aqueles relacionados ao sistema cardiovascular. Objetivos: Revisar os efeitos da qualidade do sono na redução dos riscos cardiovasculares (RCV). Métodos: Trata-se de uma revisão de escopo realizada nas bases de dados PubMed e Scielo usando as palavras-chaves: "sleep quality”, “sleep time”, “cardiovascular risk” e “cardiovascular disease", organizadas pelos operadores booleanos “OR” e “AND”. Foram incluídos os estudos publicados nos últimos 5 anos, com desenho de revisão sistemática e/ou meta-análise realizadas em seres humanos. Resultados: Foram encontrados 171 artigos no PubMed e 01 artigo no Scielo. Após leitura dos títulos e resumos, foram excluídos 159 artigos, sendo incluídos nesta revisão 13 artigos. A maioria dos artigos analisados indicam uma relação de tempo de sono e RCV no formato de curva em U, ou seja, a curta duração de sono (4h a 7h) e a longa duração de sono (mais de 9h) estão associadas ao aumento do RCV, com maior impacto negativo do sono de longa duração. Desses, 4 estudos observaram dados inconclusivos nesta relação. Outros 2 artigos associaram o aumento do RCV de maneira indireta ao tempo de sono, sendo mediado pelo aumento da ingestão dietética. Por fim, 1 artigo leva em consideração que a qualidade do sono tem maior influência na alteração do RCV. Conclusões: Há, portanto, evidências de que alterações na duração e/ou qualidade do sono interferem no aumento ou diminuição do risco cardiovascular.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida