Introdução: O sarampo é uma doença infecciosa aguda, grave, transmitida por via respiratória, causada por um vírus RNA pertencente à família Paramyxoviridae e qênero Morbillivirus. As manifestações clínicas são caracterizadas por febre alta, exantema maculopapular, tosse seca, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik. Seu controle inclui vacinação da população, detecção de casos e bloqueio vacinal dos contatos maiores de 6 meses. Em 2016 o Brasil recebeu o certificado de erradicação do sarampo. Entretanto, a partir de 2019 foram confirmados vários casos em todo o país, incluindo Alagoas. Objetivos: Analisar a cobertura vacinal do sarampo no estado de Alagoas no período de 2017 a 2021 (meta mínima corresponde a 95% de cobertura vacinal) e sua correlação com os casos notificados. Métodos: Revisão integrativa da literatura com estudos voltados a pesquisas epidemiológicas no período de 2016 a 2021, realizada nas bases de dados Medline via Pubmed. Scielo e sites governamentais. Utilizou-se descritores como: “reemergência do sarampo” e “campanha de vacinação”. Foram incluídos resumos e artigos completos. Resultados: Foram selecionados 5 artigos a partir da estratégia de busca utilizada. O comportamento endêmico-epidêmico variou em cada localidade, dependendo da relação imunidade e suscetibilidade da população. Alagoas vivenciou um surto do sarampo em 2019 com 116 casos suspeitos, dos quais 35 foram confirmados; em 2020 foram 23 casos suspeitos, sendo 3 confirmados. O genótipo viral circulante foi D8 (MVs/ GirSomnath.IND). Em 2021 foram confirmados 11 casos. Não houve distinção entre os sexos e a faixa etária prevalente foi em menores de 03 anos. A cobertura vacinal nos anos de 2017 a 2021 foi, sequencialmente, 69,6%; 85,3%, 67,6%, 4,9% e 10,8%, correspondendo uma redução importante no percentual da vacinação tríplice viral em Alagoas. Conclusões: A vacinação é a medida mais eficaz para prevenção, controle e eliminação do sarampo. Com base no surgimento de casos, as ações de controle do sarampo devem ser articuladas em áreas de vigilância epidemiológica, atenção primária, laboratório, imunização e atenção à saúde a fim de que a transmissão da doença seja interrompida, com avaliação das áreas com baixas coberturas da vacina tríplice viral e implementação da vacinação de rotina nessas localidades.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
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