Introdução: A hanseníase é uma doença crônica causada pelo Mycobacterium (M.) leprae, que pode afetar nervos superficiais da pele e os troncos nervosos periféricos, levando a sintomas dermatológicos e neurológicos. Em Alagoas, há muitos casos dessa doença, considerada como negligenciada. Portanto, analisar sua prevalência busca elucidar os aspectos epidemiológicos e fornecer subsídios para planejamento de medidas de saúde efetivas. Objetivos: Verificar a prevalência dos casos de hanseníase no estado de Alagoas nos anos de 2017 a 2021. Métodos: Estudo descritivo analítico transversal, com dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e revisão integrativa da literatura, por meio de uma coleta de dados através da plataforma PUBMED (via MedLine). Foram analisados: número de casos, prevalência, forma da doença predominante, dados sociodemográficos e fatores operacionais que influenciam os dados epidemiológicos. Resultados: Foram notificados 1.829 casos de hanseníase com prevalência variando de 0,84 a 1,34 a cada 10 mil habitantes. Predominou a forma multibacilar (68%). A faixa etária mais acometida foi entre 40 e 59 anos, de raça/cor parda, com ensino fundamental incompleto. Houve um maior número de mulheres acometidas na forma paucibacilar (44%) enquanto homens foram mais acometidos pela multibacilar (79%). A maior prevalência da doença foi na região de metropolitana de Maceió (37%) e a menor na região metropolitana de Palmeira dos Índios (4,2%). Quanto à forma de entrada, predominaram os casos novos (79,8%) e o grau zero de acometimento físico (49,8%). Da forma clínica paucibacilar, prevaleceu o tipo tuberculoide (39,4%), enquanto da forma clínica multibacilar, prevaleceu o tipo dimorfo (44,7%). Conclusões: A prevalência da hanseníase começou a reascender em 2021. Os resultados encontrados fornecem informações fundamentais para a análise da prevalência e do perfil epidemiológico dos casos de hanseníase no estado de Alagoas. Conlui-se que os dados obtidos são ferramentas efetivas para o enfrentamento da doença, pois auxilia no seu diagnóstico, manejo e tratamento, e ainda no direcionamento de políticas públicas para retirá-la da classificação de doenças negligenciadas.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida