Introdução: O medo de sentir a dor do trabalho de parto tem sido uma das causas de parturientes escolherem o parto cesáreo. Em contrapartida, a analgesia de parto apresenta-se como alternativa para um parto vaginal com alívio da dor. Como as concentrações de anestésicos utilizadas são mais baixas, as mulheres são capazes de participar ativamente do parto. No entanto, já que alguns estudos mostram que a analgesia está associada ao aumento no tempo do trabalho de parto e à hipertermia materna, existem preocupações sobre efeitos adversos no bebê. Objetivo: avaliar o efeito da analgesia de parto nos desfechos neonatais. Metodologia: Revisão integrativa com busca por artigos indexados na Medline via PubMed. Estratégia de busca: “labor analgesia AND neonates”. Filtros: ensaios clínicos, meta-análises, ensaios controlados randomizados e revisões sistemáticas publicados nos últimos cinco anos. Foram incluídos artigos somente na língua inglesa. Excluíram-se aqueles que não associaram a analgesia aos desfechos neonatais. Os estudos foram avaliados por meio da leitura de títulos, resumos e artigos completos. Resultados: 87 resultados foram encontrados. Ao analisar os títulos, 30 artigos foram selecionados. Após leitura dos resumos e artigos completos, permaneceram 13 artigos. Conclusão: A analgesia de parto pode ser uma alternativa para o alívio da dor sem aumentar a morbidade neonatal. Não foram observados fatores negativos como bloqueio motor, asfixia, hipóxia e atraso no desenvolvimento psicomotor. Nenhuma diferença significativa foi encontrada para escores de Apgar neonatal <7 em 1 e 5 min, pH, pCO2, pO2 e bicarbonato. No entanto, mais estudos são necessários visto que houve um risco aumentado de bradicardia fetal após uso de raqui-peridural. Além disso, não foi possível quantificar a associação entre hipertermia induzida por epidural e lesão cerebral neonatal.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida