Introdução: A Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO) é a complicação mais grave decorrente do estímulo ovariano através das técnicas de reprodução assistida. Sabe-se que sua fisiopatologia está relacionada ao aumento da permeabilidade vascular, com passagem de fluidos do espaço intravascular para o terceiro espaço, com acúmulo de líquidos neste. Com a reação exagerada dos ovários, necessária à estimulação hormonal para realização da fertilização in vitro (FIV), acredita-se que a ação da Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG) estimula a liberação de VEGF (Fator de Crescimento Endotelial) que aumenta essa permeabilidade vascular resultando na síndrome. Nos casos leves, os ovários ficam aumentados e ocorre desconforto abdominal. Em casos graves, pode haver complicações tromboembólicas, torção ovariana, ascite, derrame pleural, dentre outras. Sabendo disso, é necessário que os médicos tenham conhecimento dos fatores de risco preditores da SHO, bem como do manejo específico para cada paciente a fim de obter a melhor e mais ética forma de tratamento. Objetivos: Verificar os fatores de risco no desenvolvimento da SHO e o manejo individualizado das pacientes afetadas pela síndrome. Métodos: O presente trabalho é uma revisão de literatura escrita com base na leitura de artigos na plataforma PUBMED via MEDLINE. Os critérios de busca utilizados foram “Ovarian Hyperstimulation Syndrome” AND “In Vitro Fertilization” entre os anos de 2012-2022. Resultados: Foram encontrados 987 artigos dos quais 15 foram selecionados para o resumo final após leitura dos títulos e texto completo. Com base nos resultados, nota-se que a FIV é cada vez mais utilizada para tratamento da infertilidade, sendo a forma mais eficaz para diversos casais. Contudo, devem ser avaliados fatores de riscos preditores de algumas consequências desse tratamento, como a SHO que traz alguns sinais e sintomas que podem até mesmo comprometer a vida da paciente se não for bem conduzido por um profissional capacitado. Conclusões: Conclui-se que, atualmente, existem diversos meios de prevenir a SHO, antes mesmo de iniciar a estimulação ovariana. Com métodos preventivos a chance de ocorrência da SHO é mínima, mas, na eventualidade de acontecer, o médico deve estar preparado para conduzir adequadamente o quadro e reduzir o máximo possível as complicações.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida