Introdução: A acalasia esofágica é um distúrbio incomum que afeta a motilidade do esôfago, sendo caracterizada, principalmente, pelo relaxamento incompleto do esfíncter inferior do esôfago e peristaltismo anormal. Seu tratamento pode ser feito através de fármacos, cirurgicamente ou por assistência endoscópica. Contudo, dos tratamentos definitivos cirúrgicos disponíveis (miotomia endoscópica perioral, dilatação pneumática e miotomia de Heller), a miotomia de Heller é considerada a padrão-ouro no que tange aos resultados em longo prazo. Nos últimos anos, entretanto, esse procedimento tem sido aprimorado por meio da laparoscopia. Objetivos: Verificar os efeitos positivos da laparoscopia na evolução de pacientes cirúrgicos de acalasia. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada nas bases de dados Medline e SciELO, por meio de buscas utilizando os seguintes descritores: “laparoscopy”, “achalasia” e “esophageal”, com o uso do operador booleano “and”. Foram excluídos artigos que não ponderavam a respeito das consequências da laparoscopia em casos de acalasia; não houve restrição de idioma e foram filtrados artigos publicados nos últimos 25 anos. Para seleção dos artigos, leu-se títulos, resumos e textos na íntegra, sendo selecionados os que se mostraram eficientes em expor benefícios da laparoscopia em cirurgias de acalasia. Resultados: Foram encontrados 300 artigos (298 da Medline e dois da SciELO), dos quais foram eliminados 270 após leitura dos títulos, 14 com a leitura dos resumos e dez com a leitura dos textos completos, restando seis para avaliação qualitativa (um da SciELO e cinco da Medline). Fica evidente, então, que a laparoscopia é extremamente eficiente na melhora do prognóstico cirúrgico, sendo responsável pela redução drástica de resultados negativos em pós-operatórios tardios; não foram registradas nenhuma complicação intraoperatória ou morte. Apenas cerca de oito por cento dos pacientes apresentaram refluxo no pós-operatório. Conclusões: Logo, nota-se que o tratamento cirúrgico utilizando a laparoscopia favorece a redução na pressão de esfíncter esofágico inferior e desenvolvimento superior no pós-operatório tardio, acarretando, assim, numa melhora na qualidade de vida. Além disso, apresenta melhoria nos casos de disfagias ao longo do tempo, quando comparado com os procedimentos sem esse método.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida