Introdução: A saúde mental é uma das áreas mais negligenciadas da saúde pública, tanto por receber escassos recursos financeiros, como pela deficiente atenção e preparação profissional no trato com portadores de transtornos mentais. Estima-se que 1 bilhão de pessoas no mundo vivem com uma perturbação mental e existe uma dificuldade na resolutividade das ações, sendo necessária uma reavaliação do modelo de preparação profissional e nas ferramentas do cuidado em saúde mental. Objetivo: Avaliar os principais aspectos a serem melhorados no atendimento de pessoas com transtornos mentais na Atenção Primária à Saúde. Métodos: A revisão de literatura foi fundamentada na base de dados Google Acadêmico, utilizando os descritores transtornos mentais, saúde mental e atenção básica, e na base de dados MEDLINE via Pubmed utilizando os descritores mental disorders, mental health e primary care, com o operador booleano “AND”. A seleção foi realizada pela leitura dos títulos seguida dos resumos, sendo incluídos oito estudos datando de 2014 a 2022. Resultados: Observou-se que a maioria das pessoas não possuem acesso e nem qualidade de atendimento em saúde mental. Percebe-se que a qualidade do cuidado ao paciente em sofrimento mental está relacionada com a postura do profissional e com a organização da rede de atendimento como um espaço seguro e de acolhimento. A abordagem dos transtornos mentais tem foco predominante no tratamento dos sintomas, contudo, estudos revelaram que grande parte pode ser prevenida pela redução da exposição a estressores, principalmente durante a infância. Portanto, deve-se planejar ações não só para o atendimento clínico individual e sim para toda a população. Nesse contexto, entende-se que o estigma, a falta de recursos humanos preparados, os modelos segmentados de prestação de serviços e a falta de pesquisa para mudanças de políticas públicas aumentam o prejuízo na área de saúde mental na atenção primária. Conclusão: É imprescindível a capacitação dos profissionais da atenção primária para que eles saibam cuidar dos pacientes em sofrimento mental, melhorando o acolhimento nas unidades de saúde e minimizando o estigma. Ademais, as políticas públicas devem também focar na promoção da saúde mental da população, garantido um atendimento de saúde universal, equânime e integral.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida