Introdução: Os transtornos mentais relacionados ao trabalho causam um impacto social e econômico muito importante, sendo necessária a intervenção para controle dos fatores de risco dentro do ambiente laboral, segundo a OMS. No Brasil, os transtornos mentais e de comportamento (TMC) são a terceira causa de afastamento e incapacidades para o trabalho, sendo a categoria dos policiais uma das mais afetadas. Objetivos: Descrever os transtornos mentais e de comportamento em policiais. Métodos: Revisão narrativa de literatura realizada nas bases de dados PubMed, Scielo e Lilacs utilizando os descritores “transtorno mental”, “saúde mental”, “polícia”. Incluíram-se apenas os artigos originais em inglês e português publicados no período compreendido entre 2011 e 2021. Resultados: Ao todo foram encontrados 35 artigos, dos quais 5 foram selecionados. A análise dos artigos demonstrou que os transtornos mentais que mais acometem os profissionais de segurança pública são depressão, estresse e transtornos de ansiedade. Alguns apresentaram índices relevantes de ideação suicida e transtorno pós-traumáticos. Um estudo realizado com policiais civis de Santa Catarina evidenciou um afastamento de 4,6 para cada 100 trabalhadores por TMC. Outro realizado em Goiás evidenciou um alto índice de stress pós-traumático, sendo um fator desencadeante para transtornos mentais diversos. Categoria envolvida também nestes artigos foi a de policial rodoviário federal, demonstrando a necessidade de intervenção para a promoção da saúde mental. A entrada na academia da polícia gera mecanismos que induzem a TMC e uso de álcool como fuga da pressão advinda da atividade. A maioria dos acometidos são do sexo masculino, com idade entre 25 e 40 anos, com grau de escolaridade alta. A personalidade também é considerado um fator que define como esses profissionais lidam com a pressão que lidam durante sua atividade, mas não o único, desenvolver distúrbios psiquiátricos. Conclusões: A falta de estudos encontrados sobre a temática sugere que necessita de um maior olhar da academia, visto que o risco de desenvolvimento por TMC e de afastamento do trabalho por esses trabalhadores é grande. Nota-se que o apoio da família e a implementação de promoção a saúde mental, quando desenvolvida por corporações, minimizam os riscos de desenvolvimento desses transtornos.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida
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