Introdução: A mortalidade por doenças cardiovasculares (DCV) é classificada como a principal causa de morte mundial, dentre elas destaca-se a Insuficiência Cardíaca (IC), por sua elevada morbimortalidade. A IC é uma síndrome caracterizada pelo déficit cardíaco de contração e/ou relaxamento com comprometimento do funcionamento do organismo. Essa enfermidade afeta cerca de 26 milhões de pessoas no mundo, que tende a aumentar de acordo com o envelhecimento populacional, alta prevalência de fatores de risco cardiovasculares, sobrevivência dos pacientes a eventos coronarianos agudos e melhorias terapêuticas da IC. Objetivos: Traçar o perfil epidemiológico das internações por IC no Brasil entre 2017 e 2021. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo, no qual foi traçado o perfil epidemiológico da IC no Brasil dentre um período de 5 anos (2017-2022). As variáveis observadas incluíram sexo, faixa etária, região e ano de atendimento. Essa análise foi realizada com as informações presentes no Sistema de Informações Hospitalares (SIH), por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados demográficos utilizados no estudo foram retirados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: Foram notificados, entre 2017 e 2022, um total de 930.807 internações por IC no Brasil, sendo 51,77% no sexo masculino e 48,23% no sexo feminino. Comparado a internações no geral, as internações por IC correspondem à 1,63%. Entre as regiões, essa proporção é de, aproximadamente, 2,19% no Sul, 1,74% no Sudeste, 1,46% no Centro-Oeste, 1,37% no Nordeste e 1,034% na região Norte. Na faixa etária de 0 a 19 anos, a taxa de internações pela comorbidade, comparado ao total, foi de 1,53%, 28,69% entre 20 a 59 anos, e chegou a 69,78% acima de 60 anos. Conclusão: Como exposto nos resultados, durante os anos citados, a região com maior proporção de internações por IC, comparadas ao número total de internações, foi o Sul, e o sexo masculino, em geral, foi o mais notificado. Nas faixas etárias, a população acima de 60 anos foi mais atingida. Tais dados promovem uma alerta para necessidade de investigação acerca da doença e uma análise dos meios de prevenção coerentes com os achados.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida